A fim de fazer germinar velhas e novas sementes de discussão e ver o setor crescer é que a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) realizou no último 6, em São Paulo, seu 11º Congresso Brasileiro do Agronegócio com o tema: “Brasil – Alimentos e Energias – Seguranças Globais”. Na conclusão dos trabalhos, uma certeza: o governo não está fazendo toda a sua parte.
Segundo os realizadores, falta uma estratégia coordenada, envolvendo o setor privado, as lideranças políticas e os vários níveis de governos para que o agronegócio brasileiro ocupe mais espaço no cenário internacional, seja no fornecimento de alimentos, seja no desenvolvimento e produção de bionergia. Para isso, a ideia do setor é pleitear junto ao governo federal que se crie um Código Agroambiental. Só assim, conforme os participantes, é que se poderá pensar realmente ‘verde’ no campo.
O presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, apontou que as políticas públicas têm variado como ‘pêndulos’ diante das crises e isso tem que ficar mais firme.
Segundo ele, no século 20 a preocupação do governo era a fome e no século 21 existe a preocupação de suprir energia.Contudo, a FAO projeta uma grande demanda por alimentação e isso vai impactar alguns setores. Daí a importância de se preparar agora para o futuro e não esperar crises como a vivida pela suinocultura e as anteriores como a da soja e o etanol.
Carvalho disse que, ainda assim, o segmento têm preparado seu terreno. Contudo, as limitações físicas como as logísticas, são notórias. E isso só tende a apertar o agronegócio uma vez que, até 2012, conforme a FAO, 44% da oferta de biocombustíveis será de grãos; 34% da cana deve ser utilizada neste mesmo prazo para o etanol e o biodiesel a partir de óleo vegetal deve aumentar 10%.
Ou seja, o setor da energia vai requerer – e muito – a biomassa e não pode violar a biodiversidade e precisa muito da biotecnologia. Sendo assim, é preciso, de acordo com ele, ‘visão tática’ para não perder campo nessa área.Para tanto, um código não só ambiental, mas agroambiental, viria a atender a essas necessidades.
O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural do Ministério do Meio Ambiente, Paulo Guilherme Francisco Cabral, disse que, nessa direção, o MMA quer incorporar nas políticas o desenvolvimento sustentável aumentando o plantio de florestas com potencial de exploração econômica.