O florescimento da cana-de-açúcar, uma das causas da quebra da safra anterior, voltou a acontecer neste ano nos canaviais da região de Ribeirão Preto, uma das principais áreas produtoras do país.
O fenômeno reduz a produtividade da cana porque a planta perde líquido e sacarose, torna-se ressecada, mas sem perder volume -num processo chamado no setor de “isoporização”.
A reincidência do florescimento, no entanto, não tem preocupado muito os plantadores e a indústria canavieira, já que a intensidade ainda é bem menor que a registrada na safra 2011-12.
“No ano passado, estima-se que um terço do que foi perdido em produtividade tenha sido por causa do florescimento dos canaviais”, afirma o representante da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) em Ribeirão Preto, Sérgio Prado.
Segundo a entidade, a safra passada teve, no geral, uma queda de aproximadamente 10% em relação à produção de 2010-11.
A Unica ainda não calcula quanto o florescimento representará em perdas neste ano.
O gerente do Departamento Técnico da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), Gustavo Nogueira, também avalia que as perdas agora serão menores, embora diga que ainda não é possível quantificar o dano.
“No ano passado, praticamente todas as variedades de cana tiveram florescimento. Hoje, está acontecendo com intensidade em apenas uma.”
O florescimento de agora é causado basicamente por condições climáticas ocorridas no início do ano.