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Tecido de cana poderá ser utilizado na Copa do Mundo e Olimpíadas

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Nos próximos anos o setor sucroenergético do país poderá servir de grande exemplo para o mundo através do tecido derivado da cana-de-açúcar. Isso porque os organizadores da Copa do Mundo e das Olimpíadas pretendem confeccionar as roupas dos comitês de recepção que atuarão nos dois maiores eventos esportivos do planeta.

Em entrevista à Unica, Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a sugestão foi apresentada no final de julho pelo Movimento pela Livre Escolha (Move), uma associação que reúne algumas das principais produtoras de artigos esportivos, como Nike, Adidas e Puma.

“A iniciativa valoriza a imagem do Brasil como um dos poucos países capazes de fabricar, de maneira sustentável, um produto de grande demanda à base de uma matéria-prima genuinamente nacional, a cana”, diz.

Para ele, durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos o mundo estará de olho no Brasil e por isso essa será uma ótima oportunidade para mostrar que a indústria canavieira tem know-how e expertise de primeiro mundo no que se refere ao avanço tecnológico e aos benefícios ambientais gerados pelo etanol, bioeletricidade, bioplásticos e, quem sabe, por estes novos tecidos mais adiante.

Produção

O processo de fabricação do novo tecido começou a ser estudado por um grupo conduzido pela professora do Curso de Têxtil e Moda da Universidade de São Paulo (USP), Silvia Aparecida da Costa, e por outro coordenado pelo professor Adalberto Pessoa Junior, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), também da USP. Os cientistas desenvolveram uma técnica que extrai a celulose da cana para depois transformá-la em fibras que compõem o tecido final. Somados, os dois projetos receberam cerca de R$ 190 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), segundo a nota da Unica.