Os investimentos das empresas sucroalcooleiras têm se limitado, nesta fase, à renovação dos canaviais, aquisições de poucas máquinas e equipamentos e na manutenção do maquinário, para evitar a perda do capital já imobilizado. Segundo Alexandre Figliolino, diretor comercial para a área de agronegócio do Itaú BBA, as usinas deverão investir na safra atual de R$ 15 bilhões a R$ 16 bilhões. “Sob condições favoráveis, num ambiente econômico e institucional propício ao investimento, esse valor poderia muito bem subir para R$ 25 bilhões por safra”, imagina.
A ETH Biocombustíveis não tem dúvidas em relação ao futuro do setor e às possibilidades do mercado. “É preciso criar uma agenda positiva que nos permita chegar até lá. Este ano será crucial para o Brasil resolver as dúvidas em relação a sua matriz energética”, afirma Luiz de Mendonça, presidente da empresa. Buscando a liderança no mercado, a ETH investiu R$ 8 bilhões desde 2007 para colocar de pé nove plantas e vai continuar investindo em torno de R$ 1 bilhão por ano, dos quais 60% destinados a renovação e expansão de seus canaviais, até 2015/2016, dobrando a moagem de 20,0 milhões para 40,0 milhões de toneladas.
Nesse processo, a área de plantio, que já cresceu de 330 mil para 445 mil hectares entre os ciclos 2011/2012 e 2012/2013, deverá saltar para 560 mil hectares. “Vamos chegar a 3 bilhões de litros de etanol, o que, com base nos números atuais, nos colocaria na primeira posição no mercado brasileiro.”
Pedro Mizutani, vice-presidente para etanol, açúcar e bioenergia do grupo Raízen, tem conseguido aproveitar as oportunidades do mercado, reforçando a geração de caixa. “Na hora certa, não haverá falta de recursos para investir.” Por enquanto, a baixa remuneração tem limitado os investimentos. As 24 usinas do grupo deverão processar entre 52 milhões e 55 milhões de toneladas em 2012/2013. A produção de etanol tende a repetir o número da safra passada, girando próxima a 2 bilhões de litros. (LV)