Com as perdas de produtividade declaradas nessa safra, a ordem é seguir a lição de casa com eficiência, sem perdas. E para isso, as usinas e os produtores de cana terão que “tirar o sangue” para superar os problemas da safra 2012/13, segundo o consultor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso. As perdas de colheita e de qualidade vão existir mas é preciso minimizá-las e enviar o material mais qualitativo para a usina tanto de cana própria, quanto de fornecedores. Trabalhar com a máxima qualidade para recuperar as perdas. Não podem existir perdas de até 15% como aconteceu em 2011 por mais que seja problemático a questão do espaçamento e da adequação de área para colheita mecanizada”, diz.
Se o fornecedor não tiver sua área nivelada, sistematizada, com sulco fundo, com uniformidade do espaçamento para a mecanização é preciso mudar o esquema de colheita, segundo ele, senão a perda será inevitável. “Se 70% da área é obrigatória colher sem queima, poderá buscar autorização junto aos órgãos competentes para queimar a cana dos fornecedores parceiros. O melhor é sistematizar o canavial mas se não tiver jeito, será preciso queimar para evitar perdas. Infelizmente a maioria dos pequenos produtores não fizeram a sistematização do canavial. Outro ponto é que muitas usinas acabam colhendo a cana dos pequenos produtores de uma só vez. Isso também atrapalha e provoca perdas, mas o custo da logística o impede de voltar várias vezes no ano para buscar o melhor período de corte”, lembra.
Alonso diz que o setor precisa adequar o espaçamento da cultura com a construção das linhas das colhedoras. “O que tem sido jogado fora tanto de tocos de cana, como de cana inteira, pisoteios, é lamentável. Esse ano tem que evitar ao máximo as perdas já que há pouca produtividade e pouca cana. As três forças precisam estar em sintonia sobre o problema da safra deste ano: a ambiental (órgão estaduais), a econômica (indústria) e a social (mão de obra) para que tudo caminhe bem sem comprometer a sustentabilidade. O segredo é perder o mínimo possível tanto no campo como na indústria. Depois é preciso fazer um levantamento e um planejamento para resolver potenciais problemas”, comenta.