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Moody’s dá à Raízen notas Baa3 em moeda estrangeira e Aaa nacional

O suporte financeiro e operacional da Royal Dutch Shell fez com que a agência de classificação de risco Moody’s atribuísse a nota de crédito Baa3 em moeda estrangeira à Raízen, parceria da anglo-holandesa com a brasileira Cosan. Este é o primeiro patamar de grau de investimento da instituição e a perspectiva é estável.

Além disso, o rating nacional atribuído à joint-venture foi de Aaa.br, o máximo na métrica da agência. Segundo relatório divulgado hoje à noite pela Moody’s, a avaliação também leva em conta as fortes estimativas para a indústria sucroalcooleira por conta dos preços de açúcar e etanol no mercado global.

Na semana passada, a Fitch também havia iniciado sua cobertura sobre o perfil de crédito da Raízen. Em moeda nacional, a nota também foi a mais alta da agência, de AAA, mas em moeda estrangeira, foi atribuído um rating BBB, um patamar acima do divulgado pela Moody’s hoje.

Como pontos negativos, a instituição cita a volatilidade do setor, que representa perto de dois terços do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia. Fatores climáticos e de incentivos governamentais em outros países podem afetar a produção da Raízen, diz o texto.

A analista Marianna Waltz ainda vê como importante a estratégia de renovar as plantações de cana de açúcar que a Raízen vem tomando. Esse planejamento deve trazer maior lucratividade, pela redução da capacidade ociosa, bem como diluição de custos. O objetivo da joint-venture é aumentar a produção de 53 milhões de toneladas na safra 2011/2012 para 80 milhões de toneladas em 2017.

Também é elogiado no relatório o esforço contínuo da empresa de manter sua alavancagem em níveis baixos. Desde a criação, a relação entre dívida líquida e Ebitda se manteve perto de 2 vezes, o que a Moody’s avalia como positivo.

No âmbito da distribuição de combustíveis, a rede de entrega da Raízen é vista como forte pela agência. “Eles são o terceiro maior distribuidor do Brasil, com 23,3% de participação de mercado”, afirma. A utilização da marca Shell nesses produtos, aliás, também dá um suporte maior à operação da joint-venture.

(Renato Rostás | Valor)