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Exportação de açúcar australiano sofre atraso por clima chuvoso

As exportações de açúcar bruto da Austrália devem sofrer atrasos com o clima chuvoso, que torna a colheita de cana-de-açúcar mais lenta, ainda que a maioria das operações de moagem, interrompidas na semana passada pela chuva, tenham sido retomadas, disseram empresas de refino nessa quarta-feira.

Os atrasos do terceiro maior exportador de açúcar do mundo devem impulsionar os preços da commodity, que se firmaram nos últimos dias uma vez que o clima chuvoso que também ameaça adiar as exportações do Brasil, maior produtor mundial.

O contrato do açúcar bruto com entrega para outubro na ICE subiu 2,7 por cento, fechando a 21,98 centavos por libra-peso na terça-feira, maior valor de fechamento desde 25 de abril. O contrato estava no caminho de atingir sua média móvel de 100 dias, a 22,09 centavos.

Na semana passada, as operações de moagem foram suspensas ou interrompidas em 11 das 24 usinas de açúcar da Austrália. A maioria dessas usinas estão agora operando normalmente, mas o atraso pode retardar o ritmo das exportações australianas.

“Se tivermos um clima favorável a partir de agora, devemos ser capazes de recuperar a maior parte do tempo de moagem perdido”, disse uma porta-voz da Sucrogen, maior produtora privada da Austrália.

“No entanto, é provável que a temporada termine mais tarde que o planejado”, acrescentou ela. “Nós continuamos confiantes de que a colheita possa ser concluída em tempo hábil.”

A Sucrogen, que opera 8 usinas, foi a mais severamente afetada pelo clima chuvoso, mas agora todas elas, exceto uma, retomaram a moagem.

A moagem na refinaria Bingara Mill, da Bundaberg Sugar, continua suspensa, enquanto a moagem na Broadwater Mill em New South Wales está atrasada há uma semana, disse a porta-voz da companhia. Uma autoridade da Heck and Son’s Rocky se recusou a dizer se sua usina continuava afetada pelo clima chuvoso.

Apesar do ritmo potencialmente lento das exportações, o governo australiano estima que a produção 2012/13, que se encerra em junho do ano que vem, atinja 4,4 milhões de toneladas, ante as 4,25 milhões previstas em março.

O Escritório Australiano de Agricultura e Recursos Econômicos também projetou as exportações em 3,35 milhões de toneladas nesta temporada, contra a estimativa anterior de 2,96 milhões.

Isso se compara à produção de 3,7 milhões de toneladas do ano passado, quando a safra passou por um ciclone e inundações.

Reuters

Autor: Colin Packham