Em relação ao etanol, o governo errou tanto e tem errado há tantos anos que acabou criando uma situação inacreditável: o Brasil importa gasolina, com prejuízo para a Petrobras, importa álcool e destrói a indústria do etanol, construída com muito esforço.
Desde os anos 70, por causa do choque do petróleo, o Brasil vem investindo muito. O contribuinte deu dinheiro para que essa indústria ficasse de pé. O trabalhador, que trabalhou em condições degradantes, deu, às vezes, a sua saúde por essa indústria. Mas, nesse momento, a gente pode perder tudo porque o governo está incentivando a gasolina, o que aumenta o consumo desse combustível fóssil, mais poluente.
O governo está pensando, agora, em tirar o PIS/Cofins do álcool. Não adianta dar mais um dinheirinho para a indústria, é preciso ter horizonte.
Nos últimos anos, o governo, por causa da política de incentivo à gasolina, acabou estrangulando o mercado. Hoje, os canaviais estão velhos, as empresas não têm condições de investir, porque não sabem se terão mercado amanhã.
A gasolina tem tido incentivos, e o álcool ficou sem mercado. Estamos na contramão e com o combustível errado.