O governo ainda não tem no horizonte uma decisão sobre eventual mudança na mistura de etanol à gasolina, disse nesta segunda-feira uma fonte do governo que acompanha o assunto.
Segundo essa mesma fonte, há algum tempo tanto a Petrobras quanto os usineiros vêm pedindo o aumento da adição obrigatória de álcool anidro dos atuais 20% para 25%.
A estatal fez o pedido porque, com mais etanol, diminui a necessidade de importação de gasolina, que vem pressionando suas contas.
Do ponto de vista dos produtores de etanol, a venda de mais anidro (misturado à gasolina) ajudaria a compensar a redução nas vendas de álcool hidratado — combustível que é usado diretamente, sem mistura, nos veículos.
— Estamos analisando, mas a decisão não está no horizonte — disse a fonte, acrescentando que o atraso da atual safra de cana, que está avançando mais lentamente, atrapalha os cálculos que o governo precisa fazer para deliberar sobre a mistura.
As chuvas estão prejudicando a colheita em boa parte das regiões produtoras do centro-sul do país.
Segundo essa fonte, depois que a área técnica do governo concluir suas análises, o tema será levado ainda a instâncias superiores.
A mistura era de 25%, mas foi reduzida para 20% no ano passado devido à escassez de etanol. O setor sucroalcooleiro avalia que no momento já teria capacidade de suprir a demanda pelo biocombustível.