O excesso de chuvas no interior de São Paulo desde o mês passado paralisou a moagem de cana-de-açúcar em usinas do Estado.
Dados da Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar) apontam que, no acumulado até 31 de maio, as usinas moeram 70,71 milhões de toneladas de cana, ante 100,45 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra 2011/2012 –recuo de 29,61%.
“As chuvas prejudicaram significativamente o andamento da colheita no final de maio, mas o impacto maior será neste mês”, disse o presidente interino da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
O problema ocorre porque, com as chuvas, a colheita fica inviabilizada.
Segundo ele, dependendo do comportamento climático nos próximos meses, a safra pode avançar até dezembro ou até sobrar cana nas lavouras para o ano que vem.
Silva Junior/Folhapress
Máquinas que atuam na colheita de cana da usina São Martinho paradas por causa da chuva
De acordo com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), na região de Ribeirão Preto –um dos polos produtores de cana no país–, maio tem média histórica de 55 mm de chuvas, mas no mês passado, o índice atingiu 113 mm.
Já em junho, a elevação é ainda maior. Até ontem, choveu 104 mm, muito superior à média histórica do período, que é de 30 mm.
O gerente de desenvolvimento do CTC, Jorge Luis Donzelli, afirmou que o excesso de chuvas provoca uma perda de qualidade da cana, acarretando em queda na produtividade. “Afeta o processo de maturação da planta”, explica.
Sérgio Prado, representante regional da Unica em Ribeirão, disse que, se a chuva não der trégua, há o risco de as indústrias não conseguirem colher toda a cana plantada.
Por meio da assessoria de imprensa, a usina São Martinho, em Pradópolis (315 km de São Paulo), confirma que as chuvas estão causando interrupções na moagem, mas informa que não é possível estimar “maiores impactos à produção neste momento”.
Ontem, máquinas da São Martinho estavam paradas.