Em 2011, a CerradinhoBio plantou 1650 ha, ou seja, a usina sucroenergética que mais plantou sorgo sacarino no mundo. A informação é de José Alcides Hernandes Ferreira, gerente agrícola da CerradinhoBio, de Chapadão do Céu (GO), que processou sorgo pelo segundo ano consecutivo. “Em 2011, esmagamos 34,9 mil toneladas de sorgo e 1,22 milhão de litros. Foi positivo investir no sorgo porque apesar da área agrícola não ter atingido as produtividades desejadas, a indústria foi muito bem ao passar o sorgo na moenda no lugar da cana. Este ano o desafio ficou para a área agrícola. Plantamos em 2012, apenas 250 ha e tentamos adequar melhor o manejo do sorgo para produzirmos mais, processamos 10,8 mil toneladas e 437 mil litros de etanol”, lembra.
De acordo com Ferreira, em 2011 a produção da unidade atingiu 25 toneladas por ha, com 35 litros de álcool por tonelada, pois o pacote tecnológico não estava pronto. “Este ano a empresa conseguiu dobrar a produtividade, chegando a 50 toneladas por ha e 40 litros por tonelada. A Usina fez uma mudança na moenda que era para buscar uma moagem maior horária e essa mudança interferiu na moagem do sorgo, pois tivemos mais problemas industriais esse ano e houve mais paradas. O projeto do sorgo, que utilizou materiais da Canavialis e da Ceres, é importante para aumentar nossa janela de colheita, acreditamos nesse projeto para o início da safra quando a cana não atingiu o ponto de maturação, além de evitar danos de soqueira em função da colheita na época de chuva”, diz.
Ele explica que isso acontece porque o sorgo não tem soqueira, pois possui um corte único, daí a importância de se colher na entressafra. “Esse projeto poderá otimizar nossos recursos agrícolas e a indústria que estará ociosa naquele momento. Poderemos optar por sorgo em épocas de problemas climáticos e falta de performance em plantio”.
Notícias Relacionadas
Mas a unidade pretende continuar em 2013 no nível de experimentação pois estará em condições ideais para suprir a indústria com cana. “Ele é uma carta na manga, e sempre que precisarmos poderemos lançar mão dessa alternativa”, afirma.
Atualmente o sorgo sacarino também tem sido utilizado com bons resultados na produção experimental de diesel renovável, prova disso é que os híbridos produzidos pela Ceres foram empregados com sucesso pela Amyris, nos EUA, informa a Ceres.
Segundo o gerente geral da Ceres Sementes do Brasil, William Burnquist, os estudos realizados pela Ceres e pela Amyris já confirmaram, por exemplo, que o sorgo sacarino constitui fonte importante e complementar de açúcares com vistas à produção de biocombustíveis renováveis, além de bioprodutos.
