O consumo de combustíveis em Mato Grosso registra neste primeiro quadrimestre de 2012 o maior volume da série histórica da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que monitora o comportamento do mercado varejista desde 2000.
Conforme balanço divulgado nesta semana – referente ao período de janeiro a abril –, foram 1,12 bilhão de litros, alta de 12% sobre o volume de 1 bilhão de litros acumulado em igual período do ano passado. O total comercializado no Estado de janeiro a abril corresponde a 35% do saldo de consumo de 2011 que atingiu 3,23 bilhões de litros.
As principais matrizes energéticas em uso no Estado – etanol, gasolina e óleo diesel – tiveram a demanda aquecida em relação a igual mês do ano passado, um reflexo claro da redução sobre os preços de bomba do etanol, aumento da frota de veículos e da intensificação dos trabalhos no campos em função dos preparativos (até abril), para as colheitas da segunda safra de milho e algodão, culturas que já estão sendo extraídas dos campos durante o mês de junho.
A maior evolução anual é observada no etanol hidratado, que por mais um mês seguido superou o consumo registrado em igual mês do ano anterior.
Em março, quando os preços nas bombas apresentaram as primeiras reduções, o combustível cravava o maior consumo do ano ao somar vendas de 20.514 milhões de litros. Em abril, foram 23.722 milhões de litros, novo recorde de 2012, ano em que a demanda pelo derivado da cana vem aumentando mês a mês. Na comparação entre dados de abril de 2011, quando o consumo bateu em 17.806 milhões de litros, com o mês passado (23.722 milhões de litros) a expansão é de 33,22%, a maior entre todos os principais insumos do segmento utilizados no Estado.
Mesmo com a recuperação mensal do consumo, o etanol acumula neste primeiro quadrimestre perdas de 16,3% quando comparado com os volumes de igual período do ano passado: foram 98.091 milhões de litros para atuais 81.755 milhões.
Em plena safra da cana-de-açúcar no Estado há a tendência – pelo menos – de estabilização dos preços do litro, o que provoca a maior demanda pelo combustível. De janeiro a junho deste ano, o litro ao consumidor recuou cerca de 17% em Cuiabá e Várzea Grande, ao comparar o teto (R$ 2,29) ao valor atual de até R$ 1,89. O hidratado vem perdendo em preferência para a gasolina, movimento registrado desde o ano passado, quando os preços atingiram o limite – e também ultrapassaram – de 70% do valor da gasolina, indicador que serve de alerta para mostrar qual produto compensa mais na hora de abastecer. Para haver vantagem ao etanol, o preço dele deve representar até 70% do derivado do petróleo, pois a queima é maior, pois se roda menos quilômetros por litro.
PRODUTOS – O consumo da gasolina no mês passado atingiu 48.237 milhões de litros, o maior volume registrado pela série histórica da ANP desde 2000. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o saldo de vendas foi de 46.892 milhões de litros, há um incremento de 2,86%, a menor variação relativa entre os três principais combustíveis do Estado.
O óleo diesel apresenta incremento anual, abril 2021 ante abril 2011, de 13,8%, com volume de 153.653 milhões de litros para atuais 163.441 milhões. Mato Grosso, por ser o maior produtor nacional de grãos e fibras, tem no óleo diesel um grande indicador do performance agropecuária. Na medida em que o segmento rural amplia a área plantada e as atividades pecuárias, aumenta também o consumo do combustível fóssil. Cerca de 70% de todo o diesel consumido no Estado é demandado pelo campo.