O grupo agrícola Tereos Internacional divulgou, ontem, que fará um aumento de capital e uma reestruturação societária. O aumento de capital será por meio de uma subscrição privada de ações – na qual apenas os acionistas da empresa participam – e arrecadará entre R$ 252,2 milhões e R$ 369,567 milhões. A Tereos Internacional é a controladora da Guarani, usina de açúcar e etanol que moeu 16,3 milhões de toneladas na safra 2011/12, e que possui sociedade com a Petrobrás Biocombustível.
Junto com o aumento de capital, a Tereos Internacional também ajustou sua estrutura societária. A controladora Tereos reduziu sua participação na Tereos Internacional de 88% para 68,3%, transferindo uma fatia de 19,7% para as mãos de 11 cooperativas de cereais da França.
Segundo o CEO da Tereos Internacional, Alexis Duval, essa reestruturação foi uma forma encontrada para elevar o número de ações em circulação (free float) exigido pela BM&FBovespa. Com a entrada das cooperativas, as ações em circulação da Tereos Internacional subiram de 10,7% para 30,4%, adequando-se às regras do Brasil.
Desde a entrada da Tereos Internacional na bolsa brasileira, em agosto de 2010, as ações em circulação caíram para abaixo do nível permitido. A intenção era fazer uma emissão pública de ações para que o free float fosse ajustado, mas a deterioração da economia mundial impediu a operação. “A saída para essa adequação veio por meio da antecipação da entrada das cooperativas no capital da Tereos Internacional, que estava previsto apenas para 2015”, disse o executivo.
Renovação. A Guarani, por sua vez, anunciou ontem que pretende atingir a meta de produção de 23,50 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até a safra 2015/16, de acordo com o presidente da empresa, Jacyr Costa Filho. “Decidimos investir mais na renovação do canavial, no lugar de alterar a projeção com as recentes quebras”, disse.
Segundo o executivo, 20% do canavial da Guarani foi renovado no ano passado e, nesta safra, o canavial dos fornecedores também será renovado. O projeto de renovação conta com um financiamento de R$ 800 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Costa Filho disse também que, já na safra 2012/13, a expectativa é de que as usinas da Guarani processem um volume de 17,5 milhões de toneladas de cana. “Produziremos mais etanol, fazendo com que nossas importações sejam reduzidas”, disse o executivo.