Mercado

Guerra leva petróleo para perto dos US$ 35

Os preços do petróleo alcançaram ontem um recorde de dois anos por causa da iminência de guerra no Iraque e da greve na Venezuela. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, pelas iniciais em inglês), o barril para entrega em fevereiro encerrou o pregão sendo negociado a US$ 34,61, alta de US$ 0,70 (2%) em relação à cotação da véspera. Durante a sessão, o barril alcançou os US$ 35, o que não acorria desde dezembro de 2000.

O petróleo referencial para a Europa, o Brent, foi cotado a US$ 30,73, alta de US$ 0,08 (0,26%) na Bolsa Internacional de Petróleo (IPE) em Londres.

Durante o dia, a cotação chegou a cair por causa das notícias de que alguns pilotos de petroleiros venezuelanos do Porto Lago de Maracaibo (importante local de embarque) tinham desistido da greve. Mas o aumento da tensão entre os Estados Unidos e o Iraque impulsionaram a tendência de alta (Mais informações na página A-16).

Segundo analistas, mesmo que a greve na Venezuela termine logo, ainda levará semanas para que suas exportações sejam normalizadas. “Será um caminho longo e difícil para a Venezuela, até para regressar aos 75% de sua capacidade de produção”, como estava antes do início do movimento, disse um analista da Sempra Energy, Geoff Pyne. “Há também a ameaça de guerra com o Iraque e os preços das ações de empresas estão muito baixos. Para os operadores continuará sendo perigoso vender nestes momentos.”.

Por causa da interrupção das exportações venezuelanas, as reservas americanas estão em seu nível mais baixo em 26 anos. Segundo o Centro Mundial para Estudos de Energia, “a falta de reservas comerciais adequadas de petróleo nos EUA e de uma substituição próxima para o produto vindo da Venezuela tem levado a cadeia de oferta a um ponto limite”.

O centro disse que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo não tem condições de substituir as exportações da Venezuela e do Iraque. (O Estado de S. Paulo)

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