“Temos que acertar e descobrir o que o governo federal quer de nós, da nossa matriz energética para traçarmos estratégias”. A frase é de Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração do Grupo Cosan, em entrevista exclusiva ao JornalCana, hoje (29/5), em Pradópolis (SP).
Na ocasião, o empresário falou dos principais gargalos que impedem o desenvolvimento do setor e das usinas na safra atual. “Hoje o setor tem uma capacidade instalada de mais de 700 milhões de toneladas de cana e não vai moer 600 milhões de toneladas. As usinas precisam crescer internamente e depois ampliar a produção, se for isso que o governo quer da nossa matriz energética”, diz.
Outro gargalo na opinião do empresário, é a equação do preço do etanol e da energia. Outro fator que impede o crescimento do setor, é a falta de modernização, na opinião dele. “O setor tem que se modernizar. Estamos trabalhando com gestão na Cosan, com novos produtos, tecnologia, e teremos retorno sobre isso”.
Segundo o empresário, o etanol está com preços defasados, pois os impostos que incidem sobre a gasolina hoje são iguais ao do etanol, e isso é um grande problema. “O etanol tem defasagem de 15% a 20%”, lembra.
De acordo com ele, a safra canavieira da Raízen está bem, com bom volume de cana, com capacidade instalada de 65 milhões de toneladas, mas nessa safra a moagem será de 55 milhões. “Com um pouco de investimento devemos atingir 72 milhões de toneladas”, finaliza.