Pedro Parente, que preside a Bunge Brasil e o Conselho da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), disse que o Brasil já é uma potência agrícola, mas que alguns desafios prejudicam a competitividade de alguns produtos, como a cana-de-açúcar e o etanol. Parente participou do encerramento do seminário “Perspectivas para o Agribusiness em 2012 e 2013”, promovido pela BM&FBovespa, hoje em São Paulo.
O executivo disse que a rentabilidade do segmento de etanol está muito baixa. Muitas vezes, os custos de produção empatam com o preço recebido pelo produto ou garantem pequeno prejuízo. Ele afirma que existe uma abertura no governo para se discutir a situação do setor. “Nosso diagnóstico diz que o setor não tem condições hoje de atender à crescente demanda por biocombustíveis na nossa matriz energética”, afirma.
Parente pontua que não se vê novos investimentos no segmento diante da rentabilidade atual e dos custos muito elevados de investimentos de projetos “greenfield” (que começam do zero). “A equação não fecha”, argumenta.
De acordo com ele, existem investidores, empresas que querem vir ao Brasil, mas está “muito difícil de se confirmar novos investimentos”.
O ex-ministro do Planejamento enfatiza que o setor e o governo precisam chegar a uma visão comum. Na sua avaliação, o governo até trabalha com esse diagnóstico que o segmento produtivo defende. “Já estive no governo, e muitas vezes o governo acha que o calo não dói tanto assim”, justificando a necessidade dessa visão conjunta para tentar reverter a situação atual de baixa rentabilidade e poucos investimentos no setor sucroenergético.