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BNDES vê possibilidade de avanço da indústria

O Brasil tem possibilidades relevantes para fazer avançar a sua indústria, com mais tecnologia e competitividade. E os investimentos de petróleo e gás no País são um dos exemplos de oportunidade de desenvolver a cadeia produtiva brasileira, segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

“O Brasil neste momento enfrenta ameaças, mas também oportunidades muito relevantes. Tomemos o exemplo dos investimentos de petróleo e gás, que apresentam oportunidade de desenvolver a cadeia produtiva competitiva a partir do País”, disse Coutinho, durante a abertura do 24.º Fórum Nacional, na sede do BNDES, no Rio.

Coutinho citou ainda a cadeia de produção do etanol e a produção de bens duráveis, como a indústria automotiva, especialmente a fabricação de caminhões. Segundo o presidente do BNDES, é preciso avançar nas indústrias já consolidadas no Brasil, mas também nas que estão por se estabelecer, como a de energias renováveis, farmacêutica de bioprodutos, aeronáutica e aeroespacial. “Não há por que amesquinhar a perspectiva brasileira e não pensar de forma ambiciosa”, ressaltou Coutinho.

O executivo apontou a necessidade de investimentos contínuos para acompanhar o avanço da tecnologia e aumentar a competitividade. “A indústria de eletroeletrônicos e materiais elétricos, bens de consumo, indústria de engenharia e serviços, indústria de construções, elétricas, metais, plásticos, tudo isso pode parecer que são setores tradicionais. Nós estamos vivendo um momento de aceleração da mudança tecnológica, e todos os segmentos, inclusive nos setores onde aparentemente o ritmo da tecnologia é lento, serão afetados, por exemplo, pelo avanço da nanotecnologia”, alertou.

Poupança. Uma das prioridades do governo brasileiro é aumentar o esforço de investimento e poupança no País, junto com a meta de erradicação da pobreza, declarou Coutinho. “Temos uma agenda relevante de curto prazo, uma agenda para os próximos anos, que inclui a grande tarefa de erradicação da pobreza extrema. É a meta fundamental do governo Dilma Rousseff.”

Segundo Coutinho, “também é a prioridade aumentar esforço de investimento e poupança do País, ampliando a taxa agregada de investimentos, incluindo fontes privadas de longo prazo”.

O presidente do BNDES citou ainda como desafios o desenvolvimento empresarial junto com a sustentabilidade ambiental, desenvolvimento de infraestrutura e sistema logístico, além dos esforços para aumentar a produtividade. “Não é uma agenda trivial”, arrematou.

De acordo com Coutinho, o Fórum Nacional tem contribuído todos os anos com a agenda brasileira, dando ideias e sugestões importantes, “que tem sido acolhidas pelo governo, em muitos casos se transformado mesmo em iniciativas do governo”, acrescentou o presidente do BNDES. / DANIELA AMORIM, MARIANA DURÃO E VINICIUS NEDER