Informações dos produtores de cana de Pernambuco revelam que a estiagem que tanto afligiu os produtores do Centro-Sul, já afeta o ciclo de vida dos canaviais pernambucanos. Eles estimam que além da perda de parte da safra desde ano, promovendo um prejuízo de R$ 600 milhões, a seca começa a atingir o tempo de vida da planta, ou o ciclo.
A chuva do mês de maio começou aumentando a contabilidade do prejuízo para o setor canavieiro. A primeira estimativa de perda divulgada pela AFCP – Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco era de 20% da safra, porém, a entidade já estima redução de 30%. “Será um desastre na economia das cidades do interior”, conta Alexandre Lima, presidente da entidade.
Ele informa que cada mil toneladas de cana perdida, corresponde a seis desempregados diretos no campo. “A redução de mão de obra também ocorrerá nos parques industriais das usinas, pois com a falta da matéria-prima, a moagem começará mais tarde e terminará mais cedo”.
Dados da Agência Pernambucana de Água e Clima revelam que em abril, o déficit das precipitações chega a mais de 80% na região canavieira. A gravidade ainda é maior na Mata Norte, que choveu apenas 7% da média do período, enquanto que na Mata Sul, precipitou somente 25% do esperado historicamente. “Com a seca, existe cana que não brota mais”, informa Lima.
Normalmente, a renovação do canavial é realizada a cada seis anos, período em que a planta perde a sua produtividade. Entretanto, diversas áreas dos canaviais secaram até a morte, sobretudo, na Mata Norte, onde chove menos historicamente. Em Lagoa de Itaenga, por exemplo, choveu apenas 7 milímetros quando a média é de 242mm. “Com o impacto negativo na safra, como o produtor investirá na renovação antecipada do canavial?”, questiona Andrade Lima.