Mercado

Alternativas ao etanol

A venda do álcool hidratado está em recuperação no Brasil. Os dados divulgados pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) na semana passada mostram que, na comparação com o ano passado, as vendas do combustível ecologicamente correto decolaram 46,17% no final de abril em comparação com o mesmo período do ano passado, quando a gasolina tinha preços mais atrativos nos postos de combustível pelo País.

No mesmo relatório, a Unica informa que o álcool anidro, aquele que é misturado à gasolina, sofreu queda acentuada de 17,49% no mesmo período.

Os números mostram que o mercado brasileiro responde rapidamente à variação dos preços dos combustíveis. Quando o álcool (ou etanol, como está escrito agora nos postos) sobe, imediatamente os tanques dos automóveis recebem gasolina.

Isso se deve ao advento dos carros com motor flex, que aceitam álcool, gasolina ou a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção sem apresentarem problemas.

Estes dois produtos nacionais garantem ao consumidor definir o que vai fazer no momento em que encosta em uma bomba de combustível, não ficando totalmente à mercê da ganância do mercado do etanol, como acontecia anteriormente. Tanto que a morte do Pró-álcool, durante os anos 1970, se deu exatamente porque o consumidor não tinha opção. Com a comercialização de mais de 90% dos carros com motor movido a álcool, o Brasil fica refém da produção do etanol e quando a produção não atendeu a demanda a indústria da conversão de motores para a gasolina prosperou. O mesmo não se pode dizer do carro a álcool, que encalhou nas concessionárias e desapareceu das linhas de montagem.

Resta saber agora o que pensa realmente o governo com relação ao combustível verde. Durante o risco de desabastecimento no final de 2010 e início do ano passado, várias ameaças de intervenção no setor foram feitas. Mas na prática o setor continua vivendo dos ânimos dos preços do açúcar no mercado internacional. Percentualmente, na safra atual, a produção de etanol será menor enquanto, o açúcar ganha mais algumas toneladas para exportação. Afinal, a matriz energética é estratégica e é preciso fazer algo para evitar essa situação.