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UE segue sem definição sobre impacto ambiental dos biocombustíveis

Após mais de um ano de indefinição, autoridades do alto escalação da União Europeia encerraram hoje mais uma reunião em Bruxelas sem conseguir chegar a um acordo sobre o impacto dos biocombustíveis nas mudanças do clima. Os representantes dos 27 países do bloco europeu deveriam escolher entre três opções para responder às críticas de alguns cientistas de que o uso de combustíveis estaria aumentando, e não reduzindo, o impacto na natureza.

O debate está centrado em um conceito relativamente novo conhecido como mudanças indiretas no uso da terra. Essa teoria afirma que, ao direcionar o uso da terra para produção de matérias-primas que serão utilizadas para combustíveis, e não alimentos, os biocombustíveis acabam forçando uma demanda maior de terras para a produção alimentícia – o que, muitas vezes, requer mais desmatamento de florestas. E desmatamentos liberam dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, contribuindo para o efeito-estufa. Segundo críticos, esse seria o caso das plantações de palma e soja, cujos óleos também são utilizados como combustíveis.

Uma das opções analisadas na reunião de hoje é elevar o volume de emissões devem ser evitadas com os biocombustíveis – que passaria dos atuais 35% para 60% em comparação com as emissões de gasolina e diesel. Outra, preferida pelos ambientalistas, é penalizar individualmente pelas emissões. E uma terceira opção seria um misto das duas anteriores.

“Foi um debate bom e positivo”, defendeu o porta-voz para o clima da EU, Isaac Valero Ladron. “Há uma forte percepção de que precisamos agir em relação a essa teoria”.

Fontes na EU afirmaram que o órgão continuará a liderar os esforços que levem a um compromisso. Segundo a diretiva energética europeia, 10% dos combustíveis utilizados no transporte rodoviário da região devem vir de fontes limpas até 2020.