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Bancos estão mais criteriosos para liberar crédito ao setor

Em relação ao crédito de financiamento disponível para o setor, o analista do Rabobank afirmou que os bancos estão mais seletivos, o setor tem limites como a sazonalidade e volatilidade que tornam o processo ainda mais exigente, levando em conta critérios como experiência, market share, grau de governança, gestão de risco. “A Memória da crise financeira ainda está fresca, foi uma época difícil com reestruturações, tanto para o banco quanto para a usina. Isso resulta numa exigência dos bancos um pouco mais rígida na alocação de créditos”, explicou.

Segundo o Chefe do Departamento de Biocombustíveis do BNDES, Carlos Eduardo Cavalcanti, prova da desaceleração dos novos investimentos no setor é o fato que nos 6 bilhões de reais liberados para o setor pelo BNDES no ano passado, a média de exposição de risco foi de 50% do BNDES e 50% dos bancos privados. Muito diferente do percentual geralmente praticado, que é o banco privado assumir de 70 a 80% do risco.” Isso mostra desaceleração ou receio dos bancos comerciais de assumir novos riscos de investimentos feitos no setor”, ressaltou.

De acordo com dados do BNDES, a potencial demanda de etanol no mundo até 2015 é de 47,7 bilhões de litros. Somente no Brasil, essa demanda pode chegar a 40 bilhões de litros. Os dados também mostram que a capacidade instalada de produção no Brasil em 2015 será de 23, 6 bilhões de litros, entretanto a produção efetiva vai ser de 18,3 bilhões de litros, ou seja, haverá uma capacidade ociosa de produção de 23%.

Segundo Cavalcanti, atualmente há um gap de 150 milhões de toneladas de moagem por falta de matérias prima e para reverter esse cenário é preciso expandir as usinas existentes, desenvolver e difundir tecnologias que permitam maior aproveitamento energético da cana, estudar a criação de ambiente favorável para a retomada de investimentos em greenfield e investir na renovação de canaviais.

Cavalcanti explicou que um novo programa (Prorenova) foi criado para ampliação e renovação de canaviais, disponibilizando 4 bilhões de reais para esses fins. “Com o aumento da qualidade e disponibilidade da cana nas usinas existentes podemos alcançar uma maior produção de etanol”, disse.

Leia matéria completa na edição 220 do JornalCana.

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