Há um preconceito contra o etanol brasileiro no exterior, especialmente na Europa, já que as discussões internacionais giram em torno da produção de etanol versus alimentos. A informação foi divulgada hoje (28) durante a Conferência da F.O. Lichts Sugar & Ethanol Brazil, pela embaixadora Mariangela Rebuá, diretora do departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. “Esse é um grande desafio pois o mundo ainda pensa que a produção de cana para etanol roubará espaço dos alimentos e participamos de diversas discussões sobre o assunto mostrando que essa não é a realidade. Há um preconceito lá fora sobre o produto, mas apresentamos junto com parceiros que produzimos uma bioenergia sustentável. Podemos integrar a produção de alimentos com a bioenergia da cana e podemos ainda usar os seus resíduos para cogeração”, lembra.
Segundo ela, o departamento de Energia dos Estados Unidos, reconheceu que os biocombustíveis contribuem para redução dos gases de efeito estufa em 80%, além de ter uma grande capacidade energética.
Para a embaixadora, o grande desafio da atualidade no mundo é como se adaptar a nova realidade de preços dos combustíveis e participar da corrida mundial em busca de biocombustíveis. “Tudo isso tem refletido nas discussões internacionais e temos avaliado o papel da bioenergia na introdução do etanol na matriz energética, e mostramos que o Brasil tem a matriz energética das mais limpas do mundo”.
Mariangela explica que segundo a Agência Internacional de Energia, a bioenergia poderá ter participação de 4% a 7% na nova matriz energética mundial até 2020.