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Produção de cana-de-açúcar está em queda no Paraná

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Em queda desde 2009, a produção de cana-de-açúcar no Paraná continua em declínio na safra deste ano, cujo corte está começando. Depois de crescer continuamente desde a década de 80, quando surgiram as primeiras unidades produtoras de álcool, o setor foi atropelado pela crise econômica mundial de 2008/09 e não se recuperou.

Por muitos anos, o segundo maior produtor nacional de cana e derivados, só atrás de São Paulo, o Paraná já caiu para quarto lugar – ultrapassado por Minas Gerais e Goiás – e seus números seguem em marcha à ré.

“A crise econômica mundial gerou incertezas e, no plano interno, falta uma política clara para o setor”, reclama José Adriano da Silva Dias, superintendente da Alcopar, associação paranaense dos produtores de bioenergia, sediada em Maringá.

Das 30 unidades de produção de álcool, açúcar e energia elétrica, concentradas nas regiões norte e noroeste do Estado, 27 devem operar neste ano. “E muitas vêm passando por dificuldades”, completa Dias. Uma delas, a usina da Corol, em Rolândia, está parada desde 2010.

Depois de moer 45,5 milhões de toneladas em 2009, o setor estima processar cerca de 40 milhões de toneladas em 2012/13, praticamente o mesmo volume do último período. Isso significa que, se depender apenas do Paraná, a oferta de etanol nas bombas vai continuar em queda.

Sem melhores perspectivas, as empresas deixaram de fazer a renovação dos canaviais nos últimos 3 anos e, segundo a Alcopar, 40% das lavouras estão com seu potencial produtivo esgotado.

Como efeito, a produtividade despencou, saindo da média histórica de 83 toneladas por hectare para 65 toneladas no ano passado – 22% a menos. “É muita coisa”, ressalta o superintendente, enfatizando que, para complicar, o clima não tem colaborado.

São 618 mil hectares de canaviais. De acordo com a entidade, a redução da oferta de cana só não é menor porque tem havido expansão do cultivo de 5% em média por ano.

Economia

A atividade canavieira está presente em 140 municípios paranaenses, segundo dados da Alcopar. Em muitos deles, as usinas são as principais forças da economia e, no geral, responsáveis pela geração de 75 mil postos de trabalho, a grande maioria no campo. Se incluídos postos indiretos, de acordo ainda com a entidade, esse número pode ser multiplicado por três.

Como na última década algumas indústrias passaram a produzir açúcar para fugir da dependência do álcool, a previsão é que o setor produza cerca de 3 milhões de toneladas no ciclo em andamento – quantidade parecida com a do ano passado. Em relação ao álcool, a estimativa é de 1,4 bilhão de litros, mesmo volume de 2011 e 30% abaixo dos 2 bilhões produzidos em 2008/09.