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Para produtor, efeito do financiamento só virá a longo prazo

Os efeitos da linha de crédito do BNDES para a renovação de canaviais apenas serão sentidos no longo prazo, de acordo com o presidente do Grupo São Martinho, Fábio Venturelli. Em um primeiro momento, ressalta, as empresas que optarem por reformar seu canavial pelo programa terão uma redução da quantidade de cana a ser moída e, consequentemente, menos receitas.

Venturelli explica que, para renovar o canavial, a cana precisa ser plantada novamente. “Há necessidade de mudas e o produtor acaba utilizando a cana que seria moída para o plantio, reduzindo o processamento final da usina.” O executivo ressalta que a linha é extremamente bem-vinda, mas o mercado não deve esperar um aumento na produção já na safra 2012/13, que começa em abril. “Na verdade, em um primeiro momento, o resultado é de queda na quantidade de cana moída”, reforçou.

Por causa desse efeito imediato, Venturelli diz que o grande desafio das usinas que vão reformar o canavial é equacionar o ajuste da renovação no curto prazo com os benefícios que serão obtidos no longo prazo. “Essa equação deve levar em conta que a maior produtividade e maior quantidade de cana apenas estarão disponíveis em duas ou três safras.”