O terceiro trimestre de 2011 foi o pior dos últimos 12 meses para as empresas brasileiras. A receita líquida desacelerou no período, crescendo em termos anuais 14%. No último quarto de 2010, por exemplo, essa alta havia sido de 28%, na mesma comparação.
A análise é da Ativa Corretora, que acompanhou os resultados de 112 companhias, distribuídas em 24 setores de atuação. Durante 12 meses, apenas 33% apresentaram variação positiva na rentabilidade operacional, medida pela diferença de avanços entre Ebitda (geração operacional de caixa) e faturamento. Com custos elevados decorrentes da matéria-prima, mão de obra e despesas com serviços, “nem mesmo Petrobras e Vale conseguiram ter algum ganho na rentabilidade operacional”, afirma o relatório.
Ao observar cada setor é perceptível que o lucro líquido teve desempenho negativo durante os três meses. Na comparação com o mesmo período de 2010, o total das empresas observadas teve sua linha final do balanço diminuída em 32%. Entre os motivos, a corretora cita a variação cambial positiva de 18,8%, bem como a queda de 0,13% na produção industrial e a estagnação do Produto Interno Bruto (PIB).
O lucro foi melhor principalmente para as companhias de telefonia móvel, com 116% a mais, energéticas e siderúrgicas, com 49% a mais cada. O setor de tecnologia e varejo performou abaixo das outras, com recuos de 74% e 65%, respectivamente. Na comparação por volume de vendas, os desempenhos mais positivos ficaram com sucroalcooleiras e administradoras de shopping centers, com ganhos de 35% e 36% na receita líquida, respectivamente. As únicas que reduziram o faturamento foram as empresas de papel e celulose e de tecnologia, com 1% de baixa, enquanto as de telefonia fixa mostraram receita estável.
Por outro lado, o endividamento das companhias cresceu bastante durante o terceiro trimestre. A dívida bruta avançou 17% frente à do ano anterior.