Em 2011, São Paulo ganhou sua primeira frota de ônibus a etanol. Os 50 ônibus já circulam pela zona sul da capital paulista. A ação é fruto de uma parceria entre a Viação Metropolitana e a Prefeitura de São Paulo. Produzidos pela Scania, os novos veículos são do modelo K 270 4×2 e possuem motores de última geração. Cada ônibus custou R$ 400 mil. Os investimentos na nova frota foram dos R$ 22 milhões. O ônibus movido a etanol fez a Metropolitana ganhar o Prêmio Eco em Práticas de Sustentabilidade, Categoria Sustentabilidade em Produtos ou Serviços, empresas pequeno e médio porte.
“O Brasil é o segundo lugar no mundo a ter uma frota de ônibus movido a etanol”, diz Niege Chaves, presidente da Metropolitana. “É o combustível mais limpo que mais se encaixa às necessidades do país.” O programa foi inspirado na frota de ônibus urbano da Suécia movida a etanol brasileiro desde 1985. A Metropolitana já anunciou que mais 30 veículos deverão entrar em circulação em 2012.
Perto dos 15 mil ônibus a diesel que circulam pela cidade, o número pode parecer simbólico. No entanto, esses são os primeiros passos para atender a legislação ambiental de São Paulo que prevê o uso de combustível 100% renovável para o transporte público até 2018.
O ônibus a etanol não libera o óxido de enxofre, como no caso do diesel. A emissão de CO2, um dos gases que mais contribuem para o aquecimento global também chega a ser 90% inferior no veículo a etanol. De acordo com a Metropolitana, se os 15 mil ônibus de São Paulo fossem substituídos por esses modelos, o impacto ambiental de toda frota seria equivalente a 3 mil ônibus. A redução de gases poluentes ajuda a diminuir a ocorrência de doenças cardiorrespiratórias nas grandes cidades.
O preço do combustível era um dos empecilhos para que o ônibus a etanol se tornasse realidade. Se tornou viável graças a um acordo firmado com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) que garante a venda do etanol a 30% abaixo do preço do diesel. “O desafio agora é ganhar escala. Para que isso aconteça é preciso criar políticas públicas que incentivem o uso de energias limpas, como reduzir a carga tributária do produto e do combustível”, diz Chaves. (G.P.)