Mercado

Uso da informática diminui gastos

Os investimentos em tecnologia começaram timidamente, mas aos poucos foram invadindo as unidades produtoras de açúcar e álcool, como forma de otimizar os serviços para diminuir custos e aumentar a rentabilidade.

Hoje, cerca de 52 usinas do país utilizam o Sisma (Sistema de Gerenciamento Total da Manutenção de Frotas), da Assiste (Assessoria em Sistemas Técnicos). A empresa especializada neste tipo de serviço tem 19 anos de experiência no setor. O sistema desenvolvido e comercializado por ela é integrado e modular atuando na área de controle, programação e planejamento das principais atividades de manutenção de uma frota mecanizada. O diagnóstico de irregularidades são efetuados de forma automática e permanente garantindo sensível e constante redução nos custos das operações.

Dados técnicos e estatísticos sobre o Sisma foram apresentados no início de novembro na Usina São Carlos, em Jaboticabal (SP). O evento, que reuniu pela primeira vez os usuários do sistema, promoveu uma ampla discussão sobre o uso do controle módulo a módulo, com debates centrados nos resultados obtidos e suas dificuldades.

Evento reúne gerentes, engenheiros,técnicos e profissionais do

setor canavieiro

Gislaine Ferreira Sant’anna,

analista de custos da

Usina Alta Mogiana

Além de ampliar a visão dos profissionais que atuam nesta atividade, o encontro teve a experiência de cada um dos palestrantes relatada, mostrando que é possível conseguir ações eficazes de manutenção dos veículos.

A analista de custos, Gislaine Ferreira Sant’anna, da Usina Alta Mogiana, de São Joaquim da Barra (SP), falou sobre manutenção básica da frota, que engloba cadastro de equipamentos e controle de troca de óleo e filtro. Para ela, o encontro foi uma oportunidade de troca de conhecimento já que a idéia de cada usuário ou mesmo de cada empresa é diferente uma da outra. “Quem participou do evento saiu satisfeito. Aqui as experiências apresentadas comprovam que um maior controle da frota reduz os custos com a manutenção dos equipamentos”, afirmou.

José Helder, da Usina Triunfo, de Alagoas, apresentou um módulo com dados de custo em relação a quebra dos equipamentos. O coordenador de frota da empresa, disse que a melhoria dos serviços de manutenção foi responsável por uma diminuição no consumo de combustível e também pela redução no número de quebra dos veículos.

“Temos atualmente uma maior produtividade dos nossos equipamentos”.

Já na opinião de José Carlos Righi, gerente de transporte da paulista Usina São Carlos, ter uma base de dados confiável, como os apresentados durante o encontro, traz grandes benefícios para as empresas e técnicos. “O sistema é um facilitador nos aspectos gerenciais de uma frota motomecanizada”, declara.

Fábrica de tratores atende reivindicação

do Grupo de Motomecanização

Um grupo de técnicos da área de motomecanização agrícola esteve no dia 22 de novembro visitando o parque industrial da Valtra do Brasil, em Mogi das Cruzes (SP). Aproximadamente 50 representantes de 32 usinas dos Estados de São Paulo e Minas Gerais foram recepcionados pela diretoria e funcionários do departamento técnico da empresa. O presidente da Valtra do Brasil, Jouko Juhni Tommila, deu as boas vindas aos convidados, apresentando a nova estrutura comercial e mostrando-se satisfeito com o evento.

Além do Grupo conhecer a linha de montagem e produção de tratores, acompanhou uma apresentação das principais mudanças implantadas nos equipamentos produzidos pela fábrica. As mudanças foram sugeridas pelo Grupo de Motomecanização, que detectou falhas durante as operações de campo. O Grupo, coordenado por Janir Reis de Matos, se reúne periodicamente para trocar informações e discutir experiências diárias de trabalho nas principais unidades produtoras de açúcar e álcool, onde são analisadas possíveis necessidades de melhoria nos equipamentos.

Visita à Valtra reúne aproximadamente 50 representantes do setor sucroalcooleiro

Desta iniciativa surgiram propostas de alterações técnicas importantes em alguns itens. “Das que foram levadas à indústria de tratores, a maioria foi avaliada e já implantada na linha de produtos da Valtra”, informa Heikki Ulvila, diretor de engenharia e pós-venda.

Para Paulo Beraldi, gerente de marketing da regional sudeste da Valtra, “ver um evento como este ser prestigiado por um número tão expressivo de profissionais, que representam a ‘nata’ do setor sucroalcooleiro do Brasil, além de trazer muita satisfação, cria o desafio ainda maior de continuarmos na vanguarda da tecnologia do setor.” Segundo ele, a empresa comemora 40 anos de Brasil agregando às suas máquinas o que há de mais moderno para a cultura da cana. “As novidades nas máquinas são: maior vazão do sistema hidráulico; aumento da vida útil do sistema de embreagem; nacionalização dos motores da linha “S”; nova central elétrica; modificações no painel; novo designer dos tratores com novo sistema de fixação da lataria; além da nacionalização da cabine com ar condicionado, que chamou a atenção dos visitantes, e que até então era um opcional importado”, diz.

Ainda na reunião, aconteceu a demonstração da linhas Mega e Hi Tech, que são tratores com alta tecnologia embarcada, com sistema hidráulico e Delta Power Shift. Na linha Hi Tech os tratores possuem suspensão ar, reversor de torque eletro hidráulico e computador de bordo. A empresa está em processo de nacionalizaçào dessa linha de tratores, já que a mesma é atualmente importada.

Segundo Fernando Degobbi, coodenador de marketing da Valtra, existem sete unidades vendidas para a Usina São Domingos, que está terminando a segunda safra, alcançando desempenho surpreendente, atingindo 3,8 mil horas em média por safra. “Isso comprova a qualidade do produto e demonstra que a empresa e a sua rede de concessionárias estão preparadas para o atendimento de pós-venda em produtos com alta tecnologia embarcada”.

Degobbi considera esse resultado uma vitória, pois para ele o setor sucroalcooleiro é o ´vestibular` de qualquer trator a ser introduzido no mercado brasileiro. Lembra que, segundo o relatório da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), a Valtra possui 70% do mercado de tratores entre 140 e 170 cv dentro do Estado de São Paulo. Atribui ainda que grande parte dessa liderança deve-se a qualidade comprovada de seu produto no setor.

Cláudio Costa , diretor de marketing da Valtra, achou o evento extremamente positivo, superando as expectativas e atingindo os objetivos. Ele informa que dentro dessa nova filosofia de mercado, a empresa tem uma grande intenção de trabalhar com a fidelização do cliente. “Queremos que nossos clientes sejam fiéis à marca, e só se consegue isso através de uma melhoria no relacionamento. Assim, estamos criando uma série de ações, principalmente identificar quais são as reais necessidades de nossos clientes finais, para trabalhar essas necessidades dentro da fábrica, e poder de maneira bem objetiva exceder às expectativas”.

Costa também ressalta que a empresa não tem a intenção de justificar os problemas, mas sim tentar levantar e diagnosticar as necessidades “porque poderemos trabalhar em conjunto com as áreas de engenharia e a área industrial no sentido de produzir um produto mais adequado as reais necessidades do nosso cliente final”, afirma.

Ele deixa claro que o mercado sucroalcooleiro interessa muito à Valtra, pois é um grande setor, que produz renda significativa ao país e gera empregos. “Por isso é nosso interesse manter a fidelidade do cliente e tentar conquistar cada vez mais o mercado”, ressalta.

Grupo visita linha de montagem

Para o diretor de marketing, a empresa trabalha forte no sentido de criar um ambiente propício para a interação com os clientes, como houve no encontro.Ele dá a receita de como se conseguir esse ambiente interativo e diz que é preciso cooperação, confiança, credibilidade, “pois quando uma empresa convida clientes para mostrar sua fábrica e discutir abertamente os problemas, está totalmente preparada para receber as críticas e trabalhar com elas”.

Durante o evento a empresa prestou homenagem ao Grupo de Motomecanização, através da entrega de uma placa de agradecimento aos serviços prestados, além de homenagear também a Usina São Domingos, de Catanduva (SP), que conseguiu um alto desempenho com seus tratores pela segunda safra consecutiva e pelo pioneirismo na utilização da linha Mega no Brasil e a Usina São José da Estiva, de Novo Horizonte (SP), pelo alto desempenho em sua frota de tratores, que conseguiu completar 18 mil horas sem manutenção corretiva de motores e caixas de câmbio, apenas com manutenções preventivas.

Jouko Juhni Tommila:

presidente da Valtra do Brasil

Para Marcelo H. Bassi, supervisor de motomecanização da São José da Estiva, o Grupo vem desenvolvendo há algum tempo um trabalho de melhoria contínua com fornecedores, tais como tratores e caminhões. Segundo Bassi, a primeira reunião do Grupo onde foram detectadas e levantadas algumas falhas nos equipamentos, ocorreu em setembro de 1998. Já nessa última, foram apontadas algumas soluções, algumas melhorias e outras.

“No nosso entendimento essas reuniões são fundamentais para melhoria do produto, pois beneficia tanto a Valtra-Valmet quanto o usuário. Acho importante essa abertura dada aos técnicos e as empresas, pois poucos fabricantes adotam essa postura, que é essencial para ambas as partes”, diz Bassi.

O coordenador do Grupo de Motomecanização, Janir Reis de Matos, também considerou o evento produtivo, no sentido de criar um contato mais próximo com a fábrica. Ele informa que vários problemas detectados anteriormente já foram solucionados. “O objetivo do Grupo é melhorar cada vez mais os produtos que estão disponíveis no mercado para o setor sucroalcooleiro, melhorando o relacionamento com o fornecedor e com o fabricante, de forma que consigamos trazer benefícios às empresas”, finaliza.

Cia Energética Santa Elisa investe

no plantio mecanizado

É o plantio mecanizado marcando presença nos canaviais! A Cia Energética Santa Elisa, localizada na região de Sertãozinho (SP), acaba de adquirir sua primeira plantadora de cana picada da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas- empresa também da cidade. A plantadora vem sendo testada pela Usina nos últimos dois plantios, com resultados surpreendentes.

O gerente agrícola da Usina, Paulo Simon, afirma que o plantio mecanizado foi definido a partir deste ano, objetivando principalmente o plantio que ocorre concomi-tantemente com a safra. “Isso porque no período de safra, utilizamos toda a nossa mão-de-obra no corte da cana, não tendo disponibilidade de trabalhadores para plantio”. Nos últimos três anos a empresa realizou vários testes com outros tipos de máquinas, “e acabamos por optar pela plantadora da DMB”, esclarece.

Segundo ele, a meta da Santa Elisa e utilizar 100% da mão-de-obra da safra, também na entressafra e usar o plantio mecanizado para complementar a necessidade total de plantio. “A expectativa é que em três anos, estaremos utilizando o plantio mecanizado em 50% das nossas áreas”, informa Simon, lembrando que o objetivo é ter tempo suficiente para qualificar a mão-de-obra própria, para ser utilizada em funções mais nobres, assim como no plantio e colheita mecanizada. “Não temos intenção de substituir a máquina pelo homem e sim proporcionar o crescimento profissional e pessoal de nossos colaboradores, assim como obter menores custos de produção de cana”.

Segundo informações da Usina, a plantadora de cana PCP 4000, fabricada pela DMB, é tracionada por um trator de média potência através de engate em três pontos com articulação. Para Auro P. Pardinho, gerente de marketing da DMB, com apenas dois motores hidráulicos trabalhando em série, um para acionamento das esteiras transportadoras dos toletes e o outro para acionamento das adubadeiras, a PCP 4000 realiza o plantio dos toletes em duas linhas simultâneas com total uniformidade. Informa ainda que o cobridor em sistema oscilante, possui apenas um parafuso por haste para regulagem, o que facilita os ajustes necessários para um cobrimento perfeito dos toletes. “Uma grande vantagem da PCP 4000 é a simplicidade de funcionamento e seu baixo peso, não exigindo tratores especiais para tracioná-la”, explica Pardinho.

O gerente de marketing diz que a máquina é equipada com dispositivo hidráulico para inclinação do fundo da caçamba, mantendo constante o fluxo de toletes nas esteiras transportadoras, mesmo com a diminuição do volume de mudas na caçamba. Tracionada por um trator de potência na faixa de 140 hp, com rotação do motor ao redor de 2000 RPM, a PCP 4000 trabalha numa velocidade de 5,5 a 6,0 km por hora. “Isto permite um rendimento operacional de 1 ha por hora, consumindo em torno de 10 a 12 toneladas de mudas por ha a uma densidade de 17 a 20 gemas por metro de sulco. A PCP 4000 possui ainda sulcadores com regulagem de profundidade e espaçamento regulável para 1,40 m, 1,50m e 1,60m e eixo telescópico que permite o fechamento da bitola para transporte”, afirma.

A máquina é equipada com duas adubadeiras de rosca sem fim, com capacidade para 350 kg cada, todas em aço- inoxidável. As adubadeiras são acionadas por motor hidráulico e a dosagem do fertilizante é regulada através de uma válvula de fluxo de óleo.

Otavio Tufi, gerente de produção agrícola da Santa Elisa, explica que a máquina é simples e fácil de ser manuseada, e seu custo é menor que as demais testadas pela empresa. “E gratificante tê-la conosco porque nós participamos do aprimoramento da máquina, assim ela ficou do jeito que idealizamos e de acordo com as nossas necessidades”, salienta. Tufi lembra que a máquina passou por algumas alterações do ponto de vista tecnológico, como reforços estruturais e nas taliscas das esteiras de alimentação. “Colocamos também um motor elétrico para tocar a bomba para aplicação de inseticida no solo dentre outras modificações”.

O objetivo, segundo ele, é trabalhar com a máquina 24 horas. “Não posso deixar de ressaltar que a DMB é uma empresa que se preocupa com o cliente e está sempre atenta, oferecendo um constante apoio técnico”, finaliza Tufi.