Mercado

Espetáculo da automação atinge clímax em Capinópolis

O lobo guará e o tamanduá “enfeitam” o caminho. A vegetação típica do cerrado e os canaviais alongam a estrada. Os olhos se “perdem” na imensidão da paisagem. Para chegar à sede de uma das mais novas usinas brasileiras, é preciso ficar bem perto do centro do País. Na divisa com Goiás, a pacata Capinópolis tem mesmo um jeito mineiro de abrigar a moderna e arrojada Vale do Paranaíba. No silêncio e na quietude desse pedaço de Minas Gerais, é possível avistar o intrépido e quase “indomável” avanço tecnológico, movido por instrumentos e equipamentos de controle de processo.

O espetáculo da automação oferece atrações surpreendentes e reduz para poucos segundos essa longa viagem. Do escritório central do Grupo João Lyra – proprietário da Vale do Paranaíba -, em Maceió (AL), executivos da empresa podem ter acesso à unidade industrial de Capinópolis, por meio de uma conexão online, em tempo real. O sistema, protegido por senha, possibilita visualizar todos os controles via internet. Criada sob novos conceitos de tempo e espaço, essa usina situa-se, na verdade, a anos-luz do antigo engenho e tornou-se superstar no mundo da automação.

O show nunca pára. Em Capinópolis, somente vinte funcionários, entre os quais, seis operadores, tocam a unidade industrial. Tudo funciona como uma orquestra. “O controle do processo é bastante preciso. Temos um Plano Diretor de Automação — PDA que possibilita a integração de todas as áreas”, diz o superintendente industrial Pedro Collegari. Os benefícios desse sistema começam a ser gerados quando o caminhão, que transporta cana, passa pela balança. A leitura de um cartão libera a cancela. E, ao mesmo tempo, emite dados sobre o transporte e a origem do produto. Nenhum funcionário trabalha no local.

“Na indústria, desde o momento em que a cana sai da mesa de alimentação e segue até a produção de álcool, a automatização é total”, enfatiza Collegari. A caldeira, por exemplo, apresenta alguns diferenciais, como os sistemas de limpeza de grelhas, que substitui o pesado e arriscado trabalho manual, e o de lavagem de gases. Tecnologia de ponta como o difusor – que substitui a moenda – possibita, na Vale do Paranaíba, um aproveitamento de 99,5% na extração do caldo da cana. O terno de moenda – utilizado para secagem do bagaço, depois que a cana sai do difusor -, com acionamento hidráulico, conta com sensores automatizados para regulagens..

Eficiência total é palavra de ordem na usina. Na implantação do projeto de automação, a Smar Equipamentos Industriais, de Sertâozinho (SP), colocou em operação equipamentos como o LC700 que monitora, entre outras funções, o esgotamento das massas e a reutilização dos méis. Outro destaque é o Controlador Microprocessado Multi-Loop CD600 – também desenvolvido pela Smar -, que controla, por exemplo, variáveis na produção de vapor, assegurando um resultado eficaz na operação das caldeiras.

Para a medição da densidade e concentração do brix do açúcar, a usina utiliza o DT301 – Touché, que é uma das maiores atrações da empresa de Sertãozinho. Esse instrumento, com até quinze aplicações em uma mesma usina, garante melhores índices de eficiência na diluição dos méis. Nos setores de fermentação e produção de álcool, o Touché controla a medição do brix nas dornas, a correta diluição do mosto, a medição de tanques com produtos desidratantes e a graduação alcoólica.

Tudo o que existe de bom e melhor, no mercado, acabou indo para Capinópolis.

Confira matéria completa na edição de setembro do JornalCana.

Banner Evento Mobile