Mercado

Petrobrás quer usar tanques e dutos para álcool

A Petrobrás Distribuidora pretende usar a infra-estrutura em logística da empresa existente no País e utilizada para o transporte de derivados claros de petróleo para ser competitiva na exportação do álcool combustível. Segundo o gerente de suprimentos da Petrobrás Distribuidora, Carlos Alberto Ferro, a empresa possui várias bases de armazenamento espalhadas pelas regiões produtoras, além da existência de tanques próximos das ferrovias.

“A Petrobrás tem condições de viabilizar e baratear o transporte de álcool em regiões que de outra forma seria inviável”, disse Ferro. Segundo ele, o próximo desafio da empresa é impulsionar as ligações das regiões produtoras com os portos, tendo em vista a expectativa de aumento das exportações. Uma das formas seria utilizar os dutos existentes a partir de Paulínia, interior de São Paulo, que poderiam transportar álcool até o porto.

“Os dutos e navios construídos para transportar gasolina, diesel e outros derivados claros de petróleo também podem ser utilizados para o transporte de álcool.” Outra forma seria por meio das ferrovias. Nesse quesito, informa o executivo, existem várias intenções de parcerias e uma delas seria com a Vale do Rio Doce, detentora da maior parte da malha ferroviária brasileira. “Uma sinergia entre a Vale, que opera ferrovias, e a Petrobrás, que coleta álcool e tem armazenamento em pontos específicos, traria um barateamento significativo.”

Ferro lembrou que, recentemente, a Petrobrás assinou, junto com o BNDES e a Embrapa, uma carta de compromissos para unir os esforços das três empresas no aumento da produção de álcool com o objetivo da exportação.

Segundo ele, mais da metade do álcool hidratado vendido no Brasil é comercializado de maneira irregular. Muitas usinas vendas diretamente para postos de gasolina, outras sonegam impostos, outras possuem esquemas com empresas que não têm como objetivo principal a venda de combustível, o que torna difícil calcular o tamanho do mercado. “Oficialmente, a Petrobrás possui uma fatia de 8% a 10% do mercado de hidratado do País.”

Já o mercado de anidro é mais fácil de ser medido, pois é misturado à gasolina. Segundo Ferro, a Petrobrás Distribuidora possui uma fatia de 22% desse mercado. “Se o mercado de hidratado fosse sadio, a participação da Petrobrás deveria ser semelhante ao de anidro”, disse Ferro. O gerente acredita que o mercado de anidro pode ser mais promissor que o do hidratado nas exportações porque, segundo ele, neste momento, não existe nenhum país desenvolvendo veículos que funcionem com álcool hidratado, mas o que está acontecendo é uma busca por combustíveis renováveis para serem misturados à gasolina.

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