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Usina planeja a construção de um terminal hidroviário

A Usina Pioneiros, de Sud Mennucci, está preparando um projeto para implantar um terminal hidroviário para o transporte de açúcar e álcool. “O projeto ainda é bem embrionário, mas temos muito interesse em levá-lo adiante”, afirmou um dos diretores da usina, Arnaldo Shigueyuki Enomoto.

Segundo ele, a grande vantagem do transporte hidroviário são os custos mais baixos. Um estudo encomendado pela usina mostra que o custo do transporte rodoviário da unidade de Sud Mennucci até o Porto de Santos, é de R$ 57,57 por tonelada, enquanto que com a utilização da hidrovia e ferrovia, os custos caem para R$ 35,28 por tonelada. De Sud Mennucci ao Porto de Santos são percorridos 687 quilômetros.

O empresário destaca que, para viabilizar o projeto, é preciso unir as empresas produtoras de açúcar e álcool da área de influência do terminal para, segundo ele, garantir volume suficiente para o transporte pela hidrovia.

Ao todo, diz, 42 usinas do estado de São Paulo, além de oito do Mato Grosso do Sul, 10 do Paraná, cinco de Goiás e outras nove de Minas Gerais, poderão utilizar o terminal para o transporte de produtos. Juntas, afirma ele, essas usinas produzem 1,89 milhões de toneladas de álcool e 2,48 milhões de toneladas de açúcar.

“A Petrobras já mostrou interesse em investir na construção de um duto adicional para o transporte de álcool para São Sebastião, assim como de um prolongamento até o terminal hidroviário de Conchas, mas desde que haja volume de álcool suficiente, com fluxo constante ao longo do ano”, afirmou Enomoto.

Os estudos encomendados pela usina apontaram ainda a necessidade da construção de uma linha férrea de 15 quilômetros, em Anhembi, para possibilitar a integração hidrovia-ferrovia. “A ferrovia hoje é o principal gargalo da hidrovia”, afirmou.

Ele destaca ainda que não há previsão, tampouco o volume de investimento necessário para a instalação do terminal hidroviário. “Por enquanto, estamos apenas estudando, mas a idéia é levar o projeto adiante até viabilizá-lo”, afirmou.

MEIO AMBIENTE – A questão do impacto ambiental também foi outro ponto discutido durante o debate realizado ontem. O engenheiro Horus Magalhães, que participou via telefone, afirmou que a questão ambiental está diretamente ligada ao volume de água no rio, sendo que é preciso proteger as matas ciliares e as de preservação permanente. “A falta de proteção da vegetação agrava a questão da permanência da vazão necessária para a navegabilidade”, disse.

Segundo Carlos Antônio Farias de Souza, um estudo feito entre os transportes modais revela que a hidrovia é o que menos impacta o meio ambiente e, com os cuidados básicos, não haverá problemas. “O problema está na urbanização desordenada que acontece fora do rio. Isso é preocupante e os órgãos fiscalizadores devem ficar muito mais atentos”, alertou.

Renato Gottardi, empresário do setor turístico, diz que já existe uma grande preocupação com o meio ambiente, em função de leis que prevêem a urbanização próxima ao rio. “Através das leis, e da própria Cesp, que já iniciou o reflorestamento das margens do rio Tietê em Araçatuba, está se preservando a beira do rio”, acredita.

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