Mercado

Usina em Três Lagoas pode não funcionar

A Usina Termoelétrica de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, está mais uma vez na mira da Promotoria de Meio Ambiente. Desde o anúncio da implantação da termoelétrica na região, o Ministério Público tem tentado impedir, sem sucesso, a instalação, depois a construção e agora o funcionamento da usina. O motivo: a suspeita de excesso de poluentes lançados na atmosfera.

De acordo com o promotor do Meio Ambiente de Três Lagoas, Antônio Carlos Garcia de Oliveira, estudos apontam algumas irregularidades no caso. “A Usina foi construída numa área muito abaixo da cidade, o que faz com que os gases sejam expelidos no mesmo plano das casas da cidade”, diz Oliveira.

A promotoria também investiga a quantidade de gases tóxicos que podem ser emitidos quando a usina estiver em pleno funcionamento.”Estima-se que além do monóxido de carbono e manganês, quantidades prejudiciais de mercúrios sejam lançadas na atmosfera, pois a usina, para funcionar, deverá queimar 2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia”, diz .

Petrobras

A Petrobras afirma que o monitoramento constante da qualidade e composição do gás natural proveniente da Bolívia, feito pela empresa, indica que a presença de mercúrio no gás boliviano se dá em concentrações muito inferiores às aceitáveis para o ar que respiramos, de acordo com parâmetros internacionalmente reconhecidos.

Na medição realizada em 19 de dezembro de 2002, a concentração do metal era de 0,24 microgramas por metro cúbico. Segundo a Petrobras, de acordo com as últimas medições, as concentrações encontradas foram sempre menores que o limite estabelecido no contrato para o fornecimento daquele gás – de 0,6ug/m3 (6 décimos de micrograma por metro cúbico).

“As quantidades de mercúrio, portanto não são relevantes para efeito de Estudos de Impacto Ambiental ou Relatórios de Impacto Ambiental (EIA- RIMA), assim como não é considerada a presença de ouro ou prata na água do mar em estudos ambientais para empreendimentos na costa ou em mar aberto”, conclui a nota enviada pela companhia.

Investimentos de US$ 250 milhões

A construção da termoelétrica teve início em 2002, sendo orçada em US$ 250 milhões, englobando duas fases. Na primeira fase, com quatro turbinas, seriam gerados 350 MW. Na segunda, a previsão geraria mais 110 MW.

A termoelétrica de Três Lagoas é a segunda do estado. A usina instalada na capital, Campo Grande, está operando desde 2001. As usinas fazem parte do programa emergencial criado pelo Governo federal na época do racionamento de energia. Uma terceira usina, que iria funcionar em Corumbá, ainda, está indefinida, por falta de parceiros na obra.

Banner Evento Mobile