Qual o melhor tipo de manutenção: Preventiva, Corretiva ou Preditiva? Na década de 60, essa era a questão em moda. Atualmente devemos reformular esta questão da seguinte forma:
De acordo com o desempenho esperado (confiabilidade) do equipamento e também com as consequências de uma eventual falha (inoperância temporária), qual é o tipo de manutenção que deve ser adotado para cada função? Esta filosofia está alinhada com a MCC (Manutenção Centrada em Confiabilidade) onde procura-se aplicar um determinado tipo de manutenção de acordo com as características das funções exercidas pelos equipamentos e sua importância no contexto do processo industrial.
Nos dias de hoje, pratica-se uma combinação entre a manutenção corretiva (Urgente ou programável ), preventiva e preditiva, determinada pela experiência ou “sentimento” dos profissionais.
A Manutenção Corretiva de Urgência caracteriza-se pela quebra inesperada de um equipamento, podendo ocorrer perdas de produção, prejuízos à qualidade do produto ou altos custos de restauração. Na retomada de processos contínuos, pode haver ainda reflexos dessa quebra em outros equipamentos do processo, causando colapso naqueles que antes funcionavam normalmente.
O uso dessa modalidade de manutenção, pode gerar uma queda na qualidade do serviço de atendimento, devido à falta de materiais, ferramentas e recursos com qualificação adequada no momento da necessidade. A Manutenção Corretiva Programada é uma intervenção na qual se planeja os recursos, que podem ser obtidos externamente, prepara-se materiais e compatibiliza-se a necessidade da intervenção com os interesses da produção industrial, ou ainda com as intempéries do campo (chuvas que interrompem o corte da cana).
A vantagem da Manutenção Corretiva é a utilização plena dos componentes (até o fim de sua vida útil), mas deve-se avaliar o quanto esse beneficio se sobrepõe ao prejuízo que pode causar a parada do processo durante esse evento.
A Manutenção Preventiva visa reduzir ou evitar falhas, obedecendo um plano previamente elaborado, baseado em intervalos definidos de tempo. Procura-se obstinadamente evitar a falha mesmo que se desperdice a vida útil dos componentes substituídos.
É notório que esse tipo de manutenção deve ser adotado em casos de obrigatoriedade legal ou em casos em que o fator segurança se sobrepõe aos demais. Neste tipo de manutenção, são dois os desfechos possíveis: a ocorrência da falha antes do período estimado ou a abertura do equipamento e troca dos componentes prematuramente, pois é difícil determinar com precisão a vida útil dos componentes. Não se garante a não ocorrência da falha entre os períodos de intervenção.
Na Manutenção Preditiva, também conhecida como “Manutenção baseada nas condições do equipamento”, são monitorados determinados parâmetros de funcionamento do equipamento, que quando ultrapassam condições pré-estabelecidas, é preparado um plano de intervenção. Pode-se dizer que o desfecho da Manutenção Preditiva é uma intervenção corretiva programada.
Cada equipamento e seu local de instalação possuem um comportamento natural no que se refere à forma de vibração, o que pode ser chamado de “impressão digital” do equipamento + local, que deve ser conhecida para que os dados obtidos posteriormente possam ser confrontados. É necessário um “histórico de intimidade” com o mesmo para que o diagnóstico tenha confiabilidade.
O custo deste tipo de manutenção não é, como foi no passado, demasiadamente caro, pois existem no mercado várias empresas especializadas nestes serviços, sendo desnecessária a aquisição de medidores e software para este fim.
Portanto podemos, a grosso modo, dizer que a Manutenção Preventiva é a modalidade que mais pode elevar os custos de manutenção. A intenção deste artigo não é julgar a combinação definida pelos profissionais das empresas e sim alertar para o fato de que, com um critério bem definido, é possível eliminar-se as intervenções demasiadas que elevam os custos de manutenção.
Como classificar os equipamentos? O diagrama abaixo auxilia na classificação das funções exercidas pelos mesmos, suas importâncias no contexto operacional e as consequências de suas falhas.
Classificação dos equipamentos segundo suas criticidades nos seguintes aspectos:
– Segurança patrimonial, pessoal e meio ambiente;
– Qualidade do produto e/ou processo;
– Consequências ou danos que provocam onerosos custos de recuperação;
– Função estratégica para o negócio da empresa.
Diagrama de Classificação ABC
A GAtec – Soluções em Tecnologia da Informação, possui sistemas de gerenciamento da área agrícola e industrial do setor sucroalcooleiro, totalizando 45 módulos, dentre os quais o sistema de gerenciamento da manutenção industrial e automotiva.
Artur Kiryu, Engenheiro de Manutenção – GAtec / e-mail: [email protected]
Fone: (19) 3435-7336 – Home-Page: www.gatecnet.com.br