As consequências da transposição para a atividade agrícola e, especificamente para a cultura de cana-de-açúcar têm gerado, também discussões e polêmicas. Para Otávio Tavares da Silva Filho, gerente agrícola da Usina Marituba, de Igreja Nova, AL, o projeto não deverá interferir, de maneira significativa, na abertura de novas fronteiras canavieiras. Quando os efeitos da interligação de bacias chegarem à atividade econômica, poderá haver – de acordo com ele – uma intensificação da fruticultura. “Para a cana não é interessante. A região beneficiada está longe do litoral”, avalia. Alguns estudos – inspirados na experiência da Usina Mandacaru – apontam que a construção de canais de irrigação, a partir do São Francisco, poderá criar condições para a instalação de novas usinas e destilarias no semi-árido nordestino.
Segundo opinião de Renato Augusto Pontes Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco — Sindaçúcar, a transposição otimizará os resultados sócio-econômicos, abrindo novos caminhos para a cultura da cana, se estiver integrada a outros projetos, como o canal do sertão, que nasce no município de Casa Nova, na Bahia, e se estende pelos municípios de Afrânio, Dormentes, Santa Cruz, Santa Filomena, Trindade, Ouricuru, Bodocó, Exu e Morelândia. Há, ainda, a possibilidade de integração com a adutora do Oeste, que nasce em Orocó.