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Aprimoramento técnico através da integração

As reuniões acontecem periodicamente. Nelas técnicos de uma determinada área discutem problemas, falam de suas experiências e trocam informações. O objetivo é o aperfeiçoamento de metodologias de trabalho e o estreitamento das relações entre os profissionais.

Os grupos de afinidade são uma realidade no processo de produção de açúcar e álcool. Eles nasceram a partir de uma necessidade, seja no desenvolvimento e capacitação de pessoal, na preocupação com o meio-ambiente ou na busca por qualidade de serviços de operação e manutenção de equipamentos. Com seriedade e dedicação estes grupos são também responsáveis pelo aprimoramento de técnicas hoje utilizadas no dia-a- dia do setor sucroalcooleiro.

O caráter informal faz do GASA (Grupo de assistentes sociais da agroindústria) uma instituição sem fins lucrativos que conta atualmente com representantes de 23 empresas. Fundado em março de 99, o grupo atua diretamente na área de recursos humanos incentivando o relacionamento e o espírito de cooperação entres os profissionais que trabalham com o serviço social. Os integrantes do grupo se reúnem todas as terceiras quartas-feiras de cada mês nas dependências de uma usina escolhida previamente. Durante as reuniões são realizadas palestras, debates, apresentação de casos vivenciados, workshops e técnicas de dinâmica de grupo, para ampliação de conhecimento e busca de crescimento profissional dos participantes. A coordenação dos trabalhos do GASA é feita por uma mesa composta por cinco integrantes, tendo à frente Jovaní Gil Andrade, da Usina da Barra S/A, de Barra Bonita/SP.

Em atividade desde abril de 92, o Grupo Fitotécnico realiza sete reuniões por ano. Os encontros nada mais são do que um espaço para a discussão de aspectos da fitotecnia. O trabalho do grupo consiste na escolha de um tema e a participação vem de acordo com o interesse de cada um. Segundo o coordenador do Grupo Fitotécnico, Marcos Landell, tudo passa pelo critério da informalidade. “As pessoas ficam a vontade e acabam fazendo o que é mais importante, a troca de informações e experiências”, diz ele. Para cumprir este papel, o grupo convida técnicos especializados, para que em forma de palestras e debates, tragam novidades sobre como enfrentar problemas comuns do setor. O processo de aprendizado durante as reuniões é uma reciclagem profissional através da renovação de informação e muitas vezes ouvindo a experiência de outros. “É importantíssimo, para nós técnicos, termos um momento de reflexão longe do cotidiano”, afirma Landell.

A preocupação com as questões ambientais é um dos itens trabalhados pelo GSO (Grupo de segurança ocupacional). As atividades do grupo permitem a melhoria do desempenho dos profissionais ligados a saúde ocupacional em usinas e destilarias. Por isto desenvolve a integração dos participantes através de palestras de transferência e troca de conhecimentos. De acordo com o coordenação do grupo, este programa de capacitação profissional do GSO tem com meta a integração do meio ambiente, com qualidade total e principalmente segurança.

Constituído há mais de 10 anos, o Gerhai (Grupo de Recursos Humanos na Agroindústria) é formado por profissionais da área em nível de gerência. As reuniões são realizadas a cada dois meses, alternando a sede das mesmas entre Barra Bonita (SP) e Ribeirão Preto (SP). O objetivo do grupo é promover a assessoria no estudo de problemas e de dispositivos legais e técnicos em assuntos ligados aos recursos humanos. O Gerhai é um facilitador de contatos e relacionamentos entre seus integrantes e deles com organizações e entidades ligadas a atividade. O grupo, segundo a própria coordenação, incentiva a conduta ética e viabiliza o alto padrão de administração dos recursos humanos, quer seja no contexto empresarial, quanto na comunidade.

Desenvolver o crescimento profissional de técnicos na operação e na manutenção de equipamentos é o foco da atuação do Grupo de Motomecanização, que conta hoje com a participação de representantes de 20 usinas do interior do Estado de São Paulo. Com interesses específicos na área agrícola canavieira, o grupo tem a troca de informação com meio de aperfeiçoamento de metodologias de trabalho. Desde a sua fundação em 86, o grupo realizou 150 reuniões e 14 seminários nacionais. Dentro de suas atividades, o Grupo de Motomecanização também promove encontros com fornecedores e visitas às fábricas. Assim, é possível levar aos fabricantes as análises técnicas feitas durante os trabalhos realizados no campo, como forma de proposta e sugestão para melhoria dos equipamentos. Para Janir Reis de Matos, coordenador afastado por motivo de saúde, o objetivo do grupo é manter o relacionamento entre técnicos e estreitar o entendimento com fornecedores para fortalecer ainda mais o setor. “Esta é a maneira correta de colhermos melhores resultados”, garante.

Na região nordeste do país formou-se outro Grupo de Motomecanização, o de Alagoas. O grupo mantêm uma linha de atuação semelhante às atividades desenvolvidas em São Paulo. A diferença é o tempo de existência, apenas dois anos, e a região de atuação, que foi a pioneira no sistema mecanizado de plantio e colheita de cana, de acordo com o presidente do grupo, Aldo Goulart de França Júnior, engenheiro agrônomo da Usina Porto Rico, que está no seu segundo mandato. Entre os trabalhos realizados periodicamente pelo grupo de Alagoas estão reuniões, palestras, debates e a participação em eventos de mecanização agrícola e transporte. “A proposta é integrar o pessoal da área para fomentar as atividades no setor sucroalcooleiro nordestino”, afirma França Júnior.

Outro grupo em atividade é o Grupo de Estudos de Cana Crua que foi oficialmente criado em 98. Formado por cerca de 31 usinas paulistas cooperadas à Coopersucar, o grupo visa o estudo da colheita de cana crua, desde o preparo do solo, a escolha da variedade, a adubação, o corte até chegada na indústria. As reuniões técnicas acontecem a cada 60 dias. Para cada encontro é escolhido um tema específico que pode ser abordado de duas formas: Trocando experiências, com os participantes falando sobre o que fazem no seu dia-a-dia ou com o convite de estudiosos para comprovar com pesquisas o procedimento mais adequado a ser utilizado. “Desta forma, conseguimos acabar com uma dúvida que existia em relação a adubação da lavoura depois da colheita mecanizada. Foi assim que chegamos a conclusão de que a melhor alternativa é fazer a adubação em cima da palha que cobre a terra”, comenta Aires Henrique Selegato, coordenador do Grupo. Outro trabalho desenvolvido na área, é a medição de perdas invisíveis nas colhedoras de cana. Segundo um estudo realizado pelo grupo com apoio da Coopersucar, as perdas serão maiores ou menores em função da variedade de cana plantada. Atualmente o enfoque das discussões do Grupo Cana Crua é o plantio mecanizado. Para Selegato, entre as usinas participantes não será possível atingir um nível de 100% de plantio mecanizado, mas que nos próximos cinco anos todas estarão utilizando o processo em pequena ou grande escala. “Vamos abaixar o custo. A intenção é chegar a 45% do custo do plantio manual”, afirma ele.

Telefones de contato:

GASA – (14) 641 2000 – Us. da Barra

Grupo Fitotécnico – (16) 637 2650

GSO – (19) 523 3013

GERHAI – (19) 430 2000 – Us. Costa Pinto

Grupo Motomecanização/SP – (16) 681 1847

Grupo Motomecanização/AL – (82) 271 1770

Grupo Cana Crua – (16) 660 1200