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Depois do ERP, SCM e do CRM qual será o próximo?

Ao selecionar um sistema de ERP (enterprise resource planning), precisamos ficar atentas as customizações, programas ou novas funcionalidades, que os fornecedores de sistemas acostumaram-se ao fato de que muitas vezes o cliente precisa de algumas características particulares ao seu negócio que não estão presentes no pacote oferecido. Na segunda metade da década de 90, durante a fase do “boom” dos ERPs no Brasil, as software-houses vendiam apenas o back office, sendo interesse maior das empresas nas soluções na área administrativa, ficando as particularidades de cada setor desenvolvidas à parte ou obtidas via solução de terceiros.

Hoje todos os grandes fornecedores possuem uma ampla gama de módulos do ERP para atender às exigências de cada setor. Os módulos básicos como contabilidade, contas a pagar e receber e fluxo de caixa – é sempre o mesmo. O que muda são os acompanhamentos e as funcionalidades específicas tais como Logística, Distribuição, Automação Comercial, Automação Industrial, Agronegócio entre outras. Com a promessa dos fornecedores tornar mais ágil a integração, permitir o reaproveitamento dos códigos, facilitar a administração dos sistemas e reduzir o custo total de propriedade as software-houses desenvolviam os módulos isolados, para virar produtos perfeitamente integrados com seu ERP, mas agora as empresas estão focadas em verticais, pois virou exigência do mercado.

O problema não é privilégio dos sistemas mais antigos e mesmo as aplicações mais modernas, tidas como padrão de mercado como ERP (Enterprise Resource Management), CRM (Customer Relationship Management) ou SCM (Supply Chain Management) apresentam incompatibilidades, principalmente se forem de fornecedores diferentes, isto devido às limitações tecnológicas das plataformas em que foram desenvolvidos.

Com isto foi necessária a criação de uma nova categoria de aplicações chamada de plataformas de integração e que começa a fazer parte do portfólio de produtos das grandes software-houses, pois a integração entre aplicações de informática vem sendo um grande problema na vida dos CIO’s (Chief Information Officer), quando mais complexo o ambiente do cliente, mas difícil atender e entender as interfaces entre os processos.

A nova onda levará as empresas a voltarem a pensar em crescimento e inovação, sem abandonar o foco atual em proteção dos lucros. E, nesse cenário, não tem como a tecnologia da informação ser tratada como commodity, pois é fundamental para gerar novas oportunidades e transformar os atuais processos de negócios e que o departamento de TI continuará desempenhando um papel importante nas corporações, uma espécie de elo entre a companhia e os serviços disponíveis.

Estamos passando por um processo de transição de uma Sociedade Industrial para uma Sociedade de Conhecimento, onde o ser humano está desempenhando mais a capacidade de pensar em proveito dos processos da empresa, criando uma empresa mais criativa e competitiva. Neste contexto passamos a pensar em uma Gestão do Conhecimento focado em pessoas, processos e informações, mas para que isto ocorra adequadamente precisamos planejar de uma forma coerente estas informações.

Nos próximos anos, os novos conceitos são os Business Process Fusion (fusão de processos de negócios), que completa o conceito de Real Time Enterprise. Na prática, isso significa que o mercado não acredita no surgimento de nenhuma nova aplicação ou tecnologia num futuro próximo, mas em um uso mais efetivo e complementar das tecnologias já existentes, um planejamento mais apurado das tecnologias já implementadas para que as informações das empresas sejam armazenadas e melhor utilizada em uma ferramenta de BI (Business Intelligence), pois a informação é um recurso estratégico para a gestão empresarial, sendo a base para a análise e formulação estratégicas através da memória, diagnóstico e prognóstico, responsável pelos insumos do planejamento da organização.

Na maioria das empresas não existe esta preocupação com o controle destas informações, ainda falta cultura;com isto podemos fazer uma analogia com informação e oxigênio, “só pensamos neles quando sentimos falta”. Com este aceleramento da Tecnologia da Informação, as empresas passaram por um processo muito rápido para a adequação destas metodologias e não tiveram tempo hábil de implementarem corretamente. Agora estão gastando fortunas para a correção de erros cometidos no passado, reescrevendo processos, reavaliando os conceitos implementados para a conclusão do escopo definido anteriormente, unindo Processos e Sistemas.

Para viabilizar essa chamada fusão nos Processos de Negócios e dos Sistemas de Gestão, o mercado aposta novas tendências que devem ganhar maturidade no próximo ano nas áreas de TI, o PEI (Planejamento Estratégico da Informação), para isto as empresas devem ter a exploração correta dessas metodologias permitindo que as empresas apostem mais na transformação dos negócios e na estruturação deles, efetuando um planejamento através de uma linguagem de fácil entendimento para todos os funcionários da empresa.

Rodrigo Segato é analista de negócios da S5 – Gestão & Planejamento Empresarial – www.s5.com.br