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Índice de confiança da indústria na economia é o maior desde 2001

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) neste mês alcançou 62,4 pontos, o maior desde janeiro de 2001, quando foram registrados 65,3 pontos. Esses dados foram levantados entre 26 de dezembro de 2003 e 21 deste mês. O ICEI mede a confiança do industrial na economia brasileira.

De acordo com Flávio Castelo Branco, coordenador de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria, os números indicam melhora em relação a outubro, quando foi divulgada a última pesquisa. Ele ressalvou que as entrevistas com industriais foram feitas antes da decisão do Banco Central de manter a atual taxa de juros. “Com certeza, há uma frustração que deve impactar negativamente a confiança, embora não possamos antecipar em quanto”, afirmou.

Para Castelo Branco, a interrupção da queda dos juros leva o industrial a trabalhar com uma recuperação mais lenta da demanda, a comprar menos matéria-prima e a produzir em escala menor. “Também será cauteloso nas decisões sobre empregos e investimentos. Isto pode ser um sinal de arrefecer, ao menos temporariamente, as decisões de investimentos em relação ao futuro”, advertiu.

Castelo Branco disse que fica um “leve ponto de interrogação para o futuro”. Segundo ele, a situação determinará a revisão de expectativa dos agentes e isso não será positivo, ao contrário, vai conter o desempenho das empresas.

Na opinião do coordenador, houve uma preocupação “um pouco forte” do Banco Central com a inflação. Para ele, em uma reunião próxima, talvez já em fevereiro, seja retomada a trajetória de queda dos juros. Ele também não acredita numa explosão de preços ou pressão inflacionária na economia, mas reconheceu que há uma inflação residual. Castelo Branco lembrou que no início de ano são registrados aumentos típicos, mas que não comprometem a inflação a longo prazo. “Acredito que a partir de março (a inflação) estará num patamar bem mais reduzido”, disse.

Os números divulgados hoje pela CNI refletem o bom desempenho das contas públicas, do balanço de pagamentos e a retomada no controle da inflação. O índice de confiança é elevado entre os executivos de grandes (65 pontos) e pequenas e médias empresas (61 pontos). Na comparação com outubro de 2003, quando foi divulgada a pesquisa anterior, o nível de confiança foi mais forte entre os pequenos e médios, aumentando 13,2%, enquanto entre os grandes subiu 10%. O próximo levantamento da CNI, sobre Desempenho e Perspectivas da Indústria será divulgado na próxima semana. (Fonte: Agência Brasil)