Mercado

Novo modelo elétrico é considerado estatizador

“O novo modelo elétrico, lançado pelo governo em dezembro, é estatizador e não incentiva investimentos da iniciativa privada”. A afirmação é de Jairo Balbo, um dos diretores do Grupo Balbo (usinas Santo Antonio e São Francisco), na região de Ribeirão Preto (SP), onde há mais de 10 anos, em parceria com o governo, foi implantado o projeto piloto para cogeração de energia produzida a partir da queima do bagaço de cana.

Hoje, segundo relatório da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), existem em operação 34 usinas e destilarias em cogeração, que totalizam 619.5 MW. Em construção, encontram-se sete usinas, que somam 75 MW. Em outorgas na agência, são mais de 390 MW. Apesar de todo esse potencial, o governo teve que colocar em prática o novo modelo elétrico ainda em dezembro, acionando 14 termoelétricas para resolver o problema de desabastecimento de energia elétrica. Tudo isso aconteceu em plena safra sucroalcooleira do Nordeste.

Para Balbo, o novo modelo elétrico não foi estruturado para uma economia de escala, já que coloca nas mãos do governo o controle do mercado de energia elétrica. O Grupo Balbo, segundo ele, está pronto para um investimento de R$ 35 milhões num projeto de ampliação da capacidade de cogeração (de 6 MW para 17 MW), mas recuo no projeto diante da insegurança provocada pela excessiva presença do governo no setor, determinando inclusive preços muito abaixo do que considerada justo o setor sucroalcooleiro. Hoje é pago R$ 80,00 por cada MW, enquanto as usinas e destilarias defendem no mínimo o dobro desse valor.

Leia reportagem completa sobre a reação do setor diante do novo modelo elétrico na edição deste mês do JornalCana.