“O céu é o limite” no potencial de crescimento do setor

Ao longo dos últimos 20 anos o setor sucroalcooleiro proporcionou ao Brasil uma economia de divisas na ordem de quase US$ 40 bilhões em consequência da redução crescente das importações de petróleo com a utilização do álcool como combustível. Além disso, exigiu a implantação do programa de combustível alternativo exigiu investimentos estimados em US$15 bilhões na agricultura e na indústria, gerou milhares de empregos e teve o apogeu em 1986 quando 95% dos veículos automotores leves fabricados no Brasil eram movidos a álcool. São apenas alguns números e alegações usadas por André Beer, ex-presidente da ANFAVEA, ex-vice-presidente da General Motors do Brasil e presidente da André Beer Consulting, para analisar o setor e traçar o futuro durante a Infocana 2003, realizada pelo Procana na semana passada em Ribeirão Preto (SP).

Ele adverte que “a humanidade está às voltas com a busca de alternativas energéticas para o petróleo”, como aconteceu em 1975 no Brasil, quando a disparada dos preços do petróleo despertou o Brasil para o álcool como combustível. Diante disso, “eu diria que em termos de potencial de crescimento, o céu é o limite”, disse André Beer sobre as perspectivas do setor. Mas ele próprio recomenda aos produtores de álcool uma estratégia com objetivos claros e bem definidos, levando-se em consideração os vários segmentos do mercado interno e externo, “dando a si próprios a oportunidade de expandirem linha com o potencial do mercado futuro”.

As perspectivas para o setor foram traçadas por André Beer que levou em consideração as tendências e projeções que estão sendo feitas. Primeiro, estudos dando conta da longevidade do petróleo com principal matéria-prima; segundo, estudos que apontam o crescimento do uso de energias renováveis; quarto, o surgimento de novos mercados para o álcool brasileiro; e quinto, o surgimento dos motores bi-combustíveis e pesquisas nas células de combustível.