Mercado

Copersucar inaugura moderno terminal em Santos e oficializa troca de comando na empresa

Com um time de primeira, a Copersucar inicia uma nova fase neste segundo semestre de 2003. Na última sexta-feira (1/8/2003), com a presença do presidente Lula e do governador Geraldo Alckmin, inaugurou o mais moderno terminal de açúcar, o Terminal Açucareiro Copersucar —TAC, em um investimento de US$ 50 milhões, e mexeu nos seus principais assentos, trocando os comandos da empresa.

À frente dos negócios há mais de 40 anos, quando a cooperativa foi fundada, os empresários do setor sucroalcooleiro passarão a fazer parte do conselho administrativo da companhia, posição considerada estratégica para o grupo. E para o cargo de CEO (presidente-executivo), a Copersucar trouxe do mercado Cassio Domingues Filho, ex-presidente da divisão de fertilizantes da Cargill Agrícola. No comando do conselho-executivo estará Hermelindo Ruete de Oliveira, do grupo Virgolino de Oliveira.

Em um bate-papo informal, durante a inauguração do TAC, em Santos (SP), no dia 1o de agosto, os dois executivos da Copersucar falaram dos seus desafios ao Jornal Cana com a reestruturação da cooperativa. O economista Cassio Domingues Filho disse que tem um longo trabalho pela frente e se diz surpreendido com o tamanho da Copersucar. Para Hermelindo Ruete de Oliveira, o desafio será o de encarar suas novas funções, sempre trabalhando em conjunto com Cassio Domingues, que comandará a parte operacional da empresa.

O JornalCana entrevistou com exclusividade o novo executivo de decisões da Copersucar, Cássio Domingues Filho, e o novo presidente do conselho- executivo, Hermelindo Ruete de Oliveira, na última sexta-feira, em Santos. Preparou ainda matéria especial sobre a Copersucar, que circulará nesta edição de agosto. Veja, a seguir, os principais trechos das entrevistas:

Cássio Domingues assume comando operacional e de novos negócios na Copersucar

JornalCana — O que um executivo do setor de fertilizantes está fazendo na Copersucar?

Cássio Domingues Filho — Venho para trazer toda a minha experiência na gestão empresarial que adquiri no mercado. (Domingues trabalhou durante 25 anos na Cargill)

JC — Como o senhor foi parar na Copersucar?

Domingues — Fui contatado por um “head-hunter”. Achei a proposta interessante e pela primeira vez, depois de muitos anos, vou trabalhar em um companhia de capital nacional.

JC — Qual sua experiência hoje em açúcar?

Domingues — Até eu chegar na Copersucar (está na companhia há quase 30 dias), meu contato com açúcar era o de consumidor mesmo. Fico surpreendido com o potencial que o Brasil tem, considerando seus baixos custos de produção, e o vasto campo para o mercado de álcool. Somos referencial no mundo.

JC — Quais seus principais desafios neste momento?

Domingues — Fui contratado como CEO pela Copersucar e vou trabalhar no comando operacional da companhia e cuidar também dos novos negócios da empresa em parceria com a competente equipe da empresa.

JC — Há possibilidade de aplicar sua experiência adquirida na Cargill na Copersucar?

Domingues — Sempre há. Fiquei na multinacional por 25 anos – boa parte deste período nos Estados Unidos. Trabalhei em praticamente todas as áreas da companhia. Entendo de gestão empresarial e estou em uma das maiores empresas do mundo e esse é um grande desafio.

JC — Como o senhor encara o processo aberto pelo Brasil, Austrália e Tailândia na OMC?

Domingues — A competitividade do Brasil incomoda os países produtores mundiais. Temos que discutir a abertura de mercado. Não podemos ficar sujeitos a tarifas proibitivas, como são impostas no mercado mundial.

JC — A Copersucar vai brigar pelo mercado internacional de álcool?

Domingues — Se tivermos mercado para negociar o álcool, vamos negociar sim. O país tem competitividade, com baixos custos, e condições de negociar o produto em larga escala.

Hermelindo Ruete de Oliveira

Conselho de administração vai ´olhar para fora da companhia´

JornalCana — Quais são os próximos passos da Copersucar?

Hermelindo Ruete de Oliveira — Estamos concluindo o processo de profissionalização da empresa. Teremos um presidente-executivo, o nosso CEO, que olhará o processo interno da companhia. O papel do conselho de administração será o de olhar para fora da companhia.

JC — O que significa olhar fora da companhia?

Ruete — Significa discutir os assuntos externos, as questões política e institucional, além da atenção aos cooperados.

JC — Qual será o papel do CEO?

Ruete — O CEO vai olhar a operação interna. Mas vamos trabalhar em conjunto. O sucesso dessa reestruturação será o bom trabalho em parceria entre o CEO e o presidente do conselho. Só as grandes companhias têm hoje a figura do CEO e, pelo tamanho de nossa companhia, achamos importante ter CEO.

JC — A Copersucar pretende diversificar sua produção?

Ruete — Já temos a Companhia de Açúcar União e lançamos, há três meses, as barrinhas de cereais. Estamos trabalhando para transformar a companhia em indústria de alimentos.

JC — Com o novo terminal, o que de fato agrega à Copersucar?

Ruete — O terminal tornou a cooperativa ainda mais competitiva. Com os custos reduzidos, podemos entregar nossos produtos com mais qualidade e em um período menor. Nosso objetivo é chegar cada vez mais próximo ao cliente.

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