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Trabalhador morre em canavial

Depois de cortar 410 metros de cana, o que equivalente a 25 toneladas, o cortador de cana de uma das lavouras de Rio das Pedras, interior de São Paulo, José Mário Alves Gomes, conhecido como “Timba”, faleceu aos 47 anos. Gomes foi socorrido por um ônibus e levado para a usina Santa Helena, do Grupo Cosan, para quem o cortador trabalhava, mas o socorro foi inútil.

Numa avaliação preliminar estou convencido de que a morte ocorreu por excesso de trabalho, conseqüência do pagamento por produtividade disse o procurador do Trabalho Aparício Querino Salomão, da Procuradoria do Trabalho da 15ª Região. A constatação foi feita durante diligência do Ministério Público do Trabalho (MPT) no dia 25 de outubro, realizada em conjunto com a Sub-Delegacia do Trabalho de Piracicaba, com acompanhamento de sindicalistas da Federação dos Trabalhadores Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) e da Plataforma Brasileira Dhesc (Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais), ONG que reúne mais de 60 entidades de direitos humanos em todo o Brasil.

A morte de Timba é a décima primeira em condições semelhantes desde o ano passado, denunciadas pela Pastoral do Migrante de Guariba. O diagnóstico, na grande maioria dos casos, é de parada cardio-respiratória, mas a suspeita é de que seja “birola”, denominação dada pelos trabalhadores rurais aos sintomas que levam à morte por exaustão decorrente do excesso de trabalho.

O excesso de trabalho foi confirmado por um dos trabalhadores do alojamento Jibóia, localizado próximo às colheitas e que abrigava Timba e mais 130 trabalhadores, a maioria de Salinas e Araçuaí.

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