Mercado

Vencer em São Paulo, o novo desafio dos usineiros de AL

Conquistado Minas, os usineiros alagoanos se preparam para um passo mais ousado: vencer na Meca da cana-de-açúcar (o Estado de São Paulo). Ao final da safra 2003/04, já encerrada no Centro-Sul e ainda em execução no Nordeste, o Brasil terá produzido 340 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Desse volume, 200 milhões de toneladas serão de São Paulo.

Se em Minas favorece o fato de que a produção de cana-de-açúcar ainda não é suficiente para abastecer o mercado mineiro, em São Paulo a realidade é outra. As usinas paulistas aumentam ano a ano a voracidade por novos mercados. Além de definir – a partir do aumento ou redução da oferta – os preços no mercado mundial de açúcar, hoje ameaçam até mesmo o pequeno mercado nordestino. As usinas de Alagoas e Pernambuco fogem da pressão paulista aumentando a exportação de açúcar e álcool.

Em São Paulo são cerca de 130 usinas. A partir deste ano, duas delas passam para o controle de grupos alagoanos. O grupo Olival Tenório, com duas usinas em operação em Alagoas (Porto Rico e Porto Alegre), adquiriu uma destilaria que estava parada no município de Presidente Venceslau – a Decasa.

Depois de investir no plantio de mais de sete mil hectares de cana, a indústria deve moer, na safra 2004/05, 700 mil toneladas de cana para a produção de álcool.

O grupo Toledo, com três unidades em Alagoas (Capricho, Sumaúma e Paisa), se prepara para colocar em funcionamento a Ibéria, uma usina com capacidade de moagem de 1,2 milhão de toneladas, a partir de 2005. A indústria está instalada na cidade de Borá, próxima a Marília. A decisão do grupo foi inspirada na iniciativa de Jorge Toledo, um dos seus diretores, que já é sócio, com empresários pernambucanos, de outra destilaria na região de São José do Rio Preto, no Estado.