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Sistema eletrônico será obrigatório em Santos

A partir de janeiro do próximo ano todos os operadores e usuários do porto de Santos serão obrigados a adotar a supervia para transmissão de documentos específicos. A supervia é um sistema eletrônico para troca de documentos, que vem sendo implantado há três anos, e que até agora operava com um misto de papéis e infovias. No porto atuam, em média, 40 operadores portuários e mais de 50 arrendatários. As armadoras têm representações diretas ou se utilizam de agentes. Hoje, a Codesp e a Alfândega assinam as resoluções que obrigam o uso da supervia.

O objetivo é adaptar o porto às exigências da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) e da alfândega dos Estados Unidos, para garantir a segurança dos portos. Os documentos para os quais o sistema está adaptado são o manifesto de carga do navio, o boletim de carga e o pedido de atracação.

“O sistema está apto a atender, no item de informações, ao exigido pela IMO, a partir de julho de 2004, o chamado ISPS Code e ao CSI- Container Security Iniciative, dos Estados Unidos”, diz Eduardo Mario Dias, professor da Escola Politécnica da USP, contratada pela Codesp para instalar a supervia eletrônica no porto de Santos. O CSI, dos Estados Unidos, deveria entrar em vigor a partir de dezembro, mas operadores portuários esperam por um adiamento, com base em solicitação da Bélgica, apoiada pela França. Também há pedidos de adiamento para a resolução da IMO, sob a alegação de que portos e terminais privados não estão preparados economicamente para os novos custos da segurança.

Segundo Caio Fernando Fontana, também da Escola Politécnica da USP, 24 horas antes de uma carga ser embarcada em contêiner para os Estados Unidos, a alfândega americana já tem conhecimento da operação e pode solicitar a passagem por um scanner no porto de origem, a fim de confirmar o conteúdo com a declaração no manifesto de bordo.

Entre as várias aplicações da supervia eletrônica estão o cruzamento de informações entre as autoridades portuárias e aduaneiras sobre qualidade e quantidade de cargas movimentadas. Como a Codesp tem contratos de arrendamento baseados em tonelagens de cargas, o sistema serve como auditagem.

O próximo passo para o controle da segurança portuária será o acesso de pessoas ao porto e aos terminais, também por via eletrônica.