Mercado

Convênio monitora qualidade da cana

A Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) firmaram convênio para realizar pesquisas e monitorar a qualidade da produção de cana-de-açúcar no Estado. Os estudos vão garantir argumentos aos plantadores para reivindicar mudanças no setor ao novo Governo. A expectativa é de que as pesquisas estejam concluídas até o início da próxima safra.

O coordenador do convênio pela AFCP, Jorge Guedes, explica que a idéia é reavaliar o sistema de pagamento da cana pelas usinas aos fornecedores. `O valor da cana-de-açúcar é determinado pela quantidade de sacarose, teor de fibra e pureza da planta. Essas medidas são aferidas pelos aparelhos dos laboratórios das usinas, a partir de amostras retiradas dos carregamentos de cana`, explica.

Segundo Guedes, se os aparelhos estiverem irregulares, o valor do Açúcar Total Redutor (ATR) será alterado, podendo prejudicar o fornecedor e a usina. Muitas vezes são equipamentos desgastados ou fora das especificações, frisa. Para evitar distorções, a equipe da universidade visita periodicamente os laboratórios das usinas, munida de aparelhos como dinamômetro, tacômetro, paquímetro e máquina fotográfica para fazer um diagnóstico e solicitar reparos.

Outro objetivo do convênio é mudar os parâmetros tecnológicos para o cálculo do ATR, que atualmente se baseia em equações utilizadas pelo mercado do Centro-Sul. A pesquisa vai tentar identificar os padrões pelos quais o valor do ATR é determinado, tendo como base referências bibliográficas e experiências realizadas em laboratórios. O resultado desse estudo vai permitir, ainda, analisar a participação de cana do fornecedor na produção do açúcar.

Atualmente, o valor pago aos fornecedores é de R$ 39,00 por tonelada. Esse valor poderia chegar a R$ 50,00; se fosse levado em consideração os bons preços pagos hoje no mercado interno, questiona Guedes. Há duas décadas, os fornecedores já chegaram a responder por 70% da produção de cana do Estado, mas hoje essa participação caiu para 35%. A expectativa é que os fornecedores produzam 6,5 milhões de toneladas nesta safra. (Gazeta Mercantil)

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