Mais do que as barreiras internacionais à entrada de produtos, a infra-estrutura e logística obsoletas são as maiores barreiras para as exportações brasileiras.
À exceção dos hidroviários, os transportes brasileiros, sejam rodoviários, ferroviários, ou marítimo estão operando no limite de sua capacidade.
Essa questão é preocupante, uma vez que empresas exportadoras temem que os problemas ocorridos nesta safra 2004 – como greve nos portos, falta de capacidade dos silos ou de organização nas operações de carga e descarga – sejam ampliados para a de 2005, uma vez que o volume deverá ser 11% maior. No último mês de julho a balança do agronegócios atingiu novo superávit. Segundo o Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, carnes, madeira e café tiveram altas significativas. O açúcar e o álcool acumularam alta de 56% no período de janeiro a julho deste ano e 67% em relação a julho de 2003.
Apesar do ótimo desempenho das exportações brasileiras, os atrasos causados pelos problemas logísticos resultaram em multas para as empresas, em média de US$ 500 mil.
Além de arcar com o prejuízo financeiro, essas empresas vêem a credibilidade brasileira no exterior diminuir cada vez mais. Parte desses exportadores utilizam-se de expedientes incomuns no mercado exportador para não perder negócios e clientes, como por exemplo, o despacho da mercadoria por via aérea, o que eleva o custo do frete em cinco vezes. Com isso, o Brasil cria uma imagem duvidosa: oferece bons produtos a preços convidativos, mas não garante a entrega. É bom lembrar que a confiança do comprador e a liberação alfandegária são questões de honra no comércio exterior.
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