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Paranaguá vai embarcar, ainda em março, 776 mil toneladas de soja

A movimentação de soja pelo Porto de Paranaguá nos primeiros dois meses deste ano alcançou patamares superiores aos verificados no mesmo período do ano passado, em função da sobra do produto da safra de 2002/2003. Foram 168 mil toneladas em 2004, contra pouco mais de 65 mil em 2003. Neste ano, com o atraso na colheita, os embarques ainda não atingiram o pico no escoamento da safra, mas o volume crescente na chegada de caminhões e vagões, que estão trazendo as cargas do grão a Paranaguá apresenta perspectivas otimistas Ao “largo” – mar aberto – navios aguardam para embarcar, ainda neste mês, 776 mil toneladas de soja, enquanto ano passado o volume embarcado no período foi de 767.550 mil toneladas, segundo o diretor técnico da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Ogarito Linhares.

Até o momento, segundo a APPA, a movimentação total de mercadorias (entre importações e exportações), incluindo carga geral, granéis sólidos e líquidos soma mais de 5,8 milhões de toneladas, contra 3,9 milhões em 2004.

Neste início de ano, o milho vem sendo destaque nas exportações pelo porto de Paranaguá. De janeiro até agora, mais de 1,3 milhão de toneladas foram movimentadas, enquanto que no ano passado foram 121 mil toneladas. Só neste mês de março, o terminal paranaense movimentou 252 mil toneladas do produto, enquanto no ano passado (no mesmo período) nenhuma tonelada havia sido embarcada.

O aumento nas exportações de milho pelo Porto de Paranaguá está influenciando no acúmulo de navios que permanecem ao largo do terminal, aguardando para atracar e receber o produto. A carga foi reconhecida por Linhares como complementar à movimentação de soja. “O milho está complementando a movimentação da soja, fazendo com que exista uma alteração na logística de escoamento da oleaginosa no Paraná”, explicou.

A concentração de navios ao largo do Porto de Paranaguá vem ocasionando o pagamento da chamada estadia (demurrage), valor pago pelos importadores e que está sendo repassado aos produtores. Em um ano, o valor de espera do frete marítimo triplicou, passando de US$ 10 mil para US$ 30 mil, fazendo com que houvesse a necessidade de readequação dos prêmios em todos os portos do Brasil. “O prêmio pago atualmente pelas cargas que saem pelo Porto de Paranaguá reflete a concentração e o aumento fundamental do valor do frete. Os portos tinham prêmios que chegavam a praticamente zero em 2002, porque isso já estava equacionado no próprio preço da soja, e agora os valores estão sendo recalculados e todos os portos saíram de zero para um patamar superior. Este aumento significa os compradores transferindo aos produtores este novo custo de espera dos navios, reduzindo, assim, o valores pagos pela soja no Brasil”, explicou Linhares.

O Porto de Paranaguá foi duplamente exigido em virtude da situação criada com o grande volume de embarcações que buscam o terminal para carregamento e com alto estoque de milho depositado em seus armazéns. “Estes fatores representaram um tempo de espera maior dos navios que seriam carregados com soja, levando os importadores a elevar este prêmio em relação ao desconto. Mas, não há com o que se preocupar. São 30 navios ao largo para carregar no Corredor de Exportação, representam a confiança e a credibilidade e a disposição dos nosso clientes em comprar em Paranaguá”, afirmou o Diretor da APPA.

No ano passado, de janeiro a 12 de março, as exportações de milho chegaram a 121 mil toneladas, contra 1,3 milhão neste ano. São quase 1,2 milhão de toneladas a mais e um crescimento brutal do estoque do produto programado na cidade. No ano passado, nesta época não havia nenhum navio ao largo para receber milho, e em 2004 já são 485 mil toneladas para serem carregadas. “É natural que isso traga um reflexo na movimentação de soja para o Porto de Paranaguá”, completou Linhares.

Entre os critérios que influenciam no valor pago pelo prêmio (que pode ser positivo ou negativo), além do pagamento das estadias dos navios que aguardam para atracar, estão a qualidade dos produtos embarcados e a eficiência do porto, itens que, conforme disse o Diretor Técnico não representam fatores que comprometem o prêmio pago através do Porto de Paranaguá. Em 2003, as exportações de soja e milho representaram juntas 1,6 milhão de toneladas movimentadas, enquanto que neste ano os embarques já significaram mais de 3 milhões de toneladas. “A resposta da eficiência está aí”, finalizou Ogarito Linhares. (Fonte: ASSCOM – APPA)