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Trem movido a biogás realiza primeira viagem

O primeiro trem do mundo movido a biogás, uma fonte de energia renovável produzida a partir de lixo orgânico, fez sua viagem de estréia ontem na Suécia, país que tem grande expectativa no uso de biocombustíveis. “O trem saiu no horário e tudo está correndo bem”, disse à tarde Peter Unden, gerente de marketing da Svensk Biogas, companhia proprietária do trem.

A composição que liga a cidade de Linkoeping, ao Sul de Estocolmo, à cidade de Vaestervik, na costa leste, deverá a princípio fazer apenas uma viagem por dia. “Mas nossa ambição é que ele venha a fazer duas ou mais”, disse Unden, por telefone, a bordo do trem em movimento.

Composto de um único vagão que acomoda cerca de 60 passageiros, o veículo é um antigo trem da companhia automotiva italiana Fiat reformado, cujos motores a diesel foram substituídos por dois motores a gás da sueca Volvo. A substituição do motor tornou o trem mais limpo, já que a combustão do biogás, assim como outros biocombustíveis, ajuda a reduzir as emissões de gases causadores de efeito estufa.

“O motor não funciona com combustível normal, mas com energia renovável… Esta é uma forma muito positiva de produzir um sistema de transporte sustentável”, disse Unden. Outra vantagem é que o biogás, ao contrário do petróleo, não gera dependência das importações de outros países. “Comunidades podem criar sua própria produção e isto ajuda a criar empregos”, afirmou.

Decomposição

O biogás é feito de fragmentos de material vegetal e dejetos animais, que são misturados com água em um tanque. Uma vez decomposto o lixo, o combustível pode ser armazenado para ser usado como combustível. Outro benefício do uso do biogás, segundo Unden, é que os motores fazem menos barulho que a maioria dos trens.

O trem é equipado com onze caixas contendo gás suficiente para movê-lo por 600 quilômetros sem reabastecimento. O veículo é capaz de atingir velocidade máxima de 130 km/h.

Enquanto o trem saía da estação Linkoeping, ontem, Unden disse que estava contente com a oportunidade de mostrar que “isto é algo que funciona”. Outros países, como a Índia, já teriam manifestado interesse no projeto.