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Decisão sobre reajuste de pedágio no Paraná fica para janeiro

A Justiça só irá decidir se autoriza o reajuste médio de 11% nas tarifas praticadas nas praças de pedágio paranaenses depois do dia 7 de janeiro. O desembargador Valdemar Capeletti, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Porto Alegre, ordenou que o pedido de liminar feito pelas concessionárias para garantir o reajuste seja enviado para a 9 Vara Federal de Curitiba. Como a Justiça Federal está em recesso até o dia 7 de janeiro, os preços do pedágio ficarão inalterados durante as festas de fim de ano, período em que há maior movimento nas estradas.

O despacho de Capeletti na prática fez com que a ação das concessionárias tenha circulado por 20 dias entre os tribunais sem que nenhuma decisão concreta sobre o assunto tenha sido tomada. A ação foi protocolada na última semana de novembro em Curitiba, mas a juíza Luciana da Veiga Oliveira entendeu que o foro apropriado para decidir sobre o reajuste seria Paranavaí, onde o juiz federal Adriano José Pinheiro já havia se manifestado sobre o assunto no ano passado. Pinheiro não concedeu a liminar às concessionárias, que recorreram ao TRF. Porém, Capeletti entendeu que a ação deve realmente ser julgada por Luciana, considerando que as ações julgadas por Pinheiro em 2002 não tratavam do mesmo assunto que o pedido das concessionárias.

A manutenção das tarifas atuais durante o período das festas de fim de ano vai diminuir sensivelmente a receita que as concessionárias esperavam ter nos próximos dias. A Ecovia Caminho do Mar, que administra a rodovia que liga Curitiba ao litoral deve ser a mais afetada. A concessionária espera um fluxo de 350 mil veículos na BR-277 até o dia 7 de janeiro. Caso a liminar tivesse sido concedida, os preços das tarifas subiriam de R$ 6,10 para R$ 8. Como a solução para o imbróglio na Justiça só sairá após essa data, a Ecovia deixará de arrecadar cerca de R$ 665 mil.

A Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) não pronunciou-se a respeito de uma possível medida judicial para ressarcir o prejuízo que terão caso tenham sucesso na ação que tramita em Curitiba. Segundo o presidente regional da ABCR, João Chiminazzo Neto, as concessionárias irão esperar a decisão de Luciana Oliveira antes de emitir um pronunciamento.

Chiminazzo também se manifestou a respeito do e-mail que circula pela internet, convocando as pessoas a pagarem o pedágio com notas de R$ 50 e R$ 100 hoje. As notas graúdas acabariam com o troco nas praças de pedágio, forçando então a liberação das catracas. ‘Não acredito que haja uma adesão a esse movimento, uma vez que isso iria causar filas maiores e prejudicar todos os usuários. Além disso, as empresas geralmente se preparam para fornecer mais troco no período das férias, uma vez que a maioria dos motoristas já sae de casa com notas de maior valor, destinadas a cobrir as despesas no litoral’, comentou.