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Empresa faz parceria com IPT para conservação de calçado canavieiro

A Marluvas desenvolveu em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas – Divisão Franca/SP – IPT, uma pasta engraxante para acabamento de calçados que auxiliará na conservação do calçado, mantendo-o sempre lubrificado, eliminando boa parte do efeito da sacarose.

Segundo Luiz Fernando Malta, químico industrial e coordenador de marketing da Marluvas, a sacarose é altamente corrosiva e o seu acúmulo pode remover o óleo empregado no engraxe do couro dos calçados, durante seu processamento no curtume que resulta no enfraquecimento de suas fibras até o rompimento. Outra questão levantada pelo químico, é que freqüentemente os colaboradores limpam os calçados no final de semana e muitos deles lavam completamente o EPI, umedecendo o couro e as partes internas. Após a limpeza, colocam o calçado diretamente no sol para secar. “Esse procedimento faz com que o couro fique excessivamente rígido também diminuindo o conforto e a durabilidade”, diz.

“Fizemos, em conjunto com o IPT, um trabalho de campo e uma verificação prolongada através de uma análise em microscopia ótica de polarização que nos evidenciou o enrijecimento do couro ensaiado e confirmou a agressividade da substância (sacarose). Registramos então, que a melhor maneira de minimizar o ataque peçonhento da substancia e aumentar a vida útil do calçado é removendo periodicamente a sujeira e principalmente mantendo-o engraxado”, explica.

A Marluvas também está iniciando para a próxima safra um programa de conservação para os calçados, chamado “Bota premiada Marluvas”, que tem por objetivo incentivar e instruir o colaborador para os cuidados com o produto. O prêmio será implementado na integração do pessoal e vai perdurar durante toda safra conforme as regras e o regulamento estabelecidos na campanha. “Contudo, a empresa almeja que o calçado tenha um desempenho cada vez melhor e que o cortador de cana desfrute de mais conforto e higiene com segurança, pois responsabilidade social também é o nosso foco”.

Riscos para os pés – No limiar de vários anos, a empresa tem acompanhado a atividade do corte da cana e constatado que a área expõe o colaborador a uma série de riscos inerentes aos pés, como: cortes, esmagamentos, fraturas, entorses e principalmente fatores que ficam implícitos durante muito tempo e só após alguns anos detecta-se a doença.

Para tanto, a Marluvas tem feito muitas pesquisas que resultaram em desenvolvimentos que nos possibilitaram fornecer às Usinas, um calçado que não somente protege os dedos ou ossos metatarsianos, mas que seja confortável e ortopedicamente correto.

Luiz Fernando Malta explica que o primeiro trabalho realizado foi no solado, pois usava-se solados as vezes muito macios ou extremamente duros que resultavam em ambas situações na quebra da sola. “O sistema de união do solado no cabedal (parte superior do calçado) era através de adesivo colante que sendo usado em ambientes onde os fatores climáticos são imprevisíveis, o índice de descolamento era considerável e descartava-se o produto rapidamente”, frisa.

Foi implantado então, o solado bi-densidade que aumenta a absorção do peso do corpo em 20% e ainda é altamente aderente e resistente à topografia de terreno da região agrícola das Usinas, além disso, um grande diferencial está na junção do solado que é injetado diretamente no cabedal inibindo o risco de descolamento e aumentando assim a vida útil do produto, segundo Malta.

A pesquisa nos mostrou também, que havia um alto desgaste na região da biqueira provocado pelo atrito do podão com o bico de aço, cortando assim o couro e comprometendo a segurança e a durabilidade da botina. Outro fator, foi o protetor do metatarso (equipamento de segurança usado acima da biqueira), pois era muito flexível e não conseguia reduzir em grande proporção o impacto gerado por um podão de corte.

“Desenvolvemos junto a fornecedores, um novo layout do solado que o elevou até a biqueira, cobrindo-a e protegendo do desgaste provocado pelo golpe. Já o protetor do metatarso tivemos sucesso também no desenvolvimento de um material rígido que certamente diminuiu consideravelmente o impacto gerado pela ferramenta cortante.

Quanto ao couro, constatamos que sofre de um desgaste prematuro devido a presença de sacarose no local e também pelos procedimentos incorretos de limpeza”, diz.

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