Eletrobrás vai contratar 444,6 MW de parques eólicos e PCHs. O Ministério de Minas e Energia (MME) desistiu das tentativas de preencher os 1,1 mil MW de contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) com produtores de energia por cogeração a biomassa. Desde ontem, a Eletrobrás está na expectativa de assinar 444,6 MW, antes destinados às usinas de cogeração por biomassa, com projetos de usinas eólicas no Ceará e no Rio Grande do Norte e de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Mato Grosso. Dos 1,1 mil MW destinados a cada uma das três fontes, os projetos de biomassa que terão contratos de compra por 20 anos com a holding estatal somaram pouco mais da metade do previsto no programa.
A principal alegação do mercado para o não preenchimento do volume de energia gerada por cogeração a biomassa foi o preço a ser pago pela energia por parte da Eletrobrás, principalmente para a geração por bagaço de cana-de-açúcar (R$ 93,77 por MWh). Entre os usineiros paulistas, por exemplo, desde a divulgação dos valores para a compra da energia no Proinfa, os empresários alegavam que o valor era baixo e que compensava vender o bagaço como ração para bovinos do que gastar com a implantação de uma central geradora de energia. Para o setor, um valor acima de R$ 110 por MWh poderia ter atraído mais usineiros interessados ao Proinfa.
O MME alegava que o valor definido era suficiente para remunerar os projetos. Para preencher os 1,1 mil que ficaram encalhados, o MME vai pagar entre R$ 105,4 a R$ 204,35 para os projetos de parques eólicos e R$ 117,02 para a energia gerada por PCHs. Segundo a Eletrobrás, os 444,66 MW que não foram preenchidos por projetos de cogeração por biomassa serão destinados à geração eólica em parques localizados no Ceará (222,5 MW) e Rio Grande do Norte (165,94 MW) e para pequenas centrais hidrelétricas no estado no Mato Grosso (56,22 MW). Segundo a holding estatal, na primeira chamada para selecionar os projetos contratados pelo Proinfa foram encaminhados 327,46 MW em projetos de cogeração por biomassa. A estatal fez uma nova chamada para preencher os 1,1 mil MW em cogeração por biomassa, mas só conseguiu ampliar em mais 327 MW a oferta por parte do mercado. Nas outras duas fontes de energia contempladas no programa, os 1,1 mil MW destinados aos projetos de energia eólica e de PCHs foram preenchidos na primeira fase.