Mercado

Resistência ao mercado de álcool nos EUA

A Exxon, maior empresa mundial do setor de combustíveis, não está dando apoio ao governo americano para o uso maior de combustíveis renováveis, como o álcool em substituição da gasolina, segundo as agências internacionais.

O discurso da União, proferido no último dia 23 de janeiro, transformou o etanol na viga mestra do plano do presidente de reduzir o consumo de gasolina dos Estados Unidos em 20% no período de 10 anos por meio da elevação, para um volume quase 5 vezes maior, do emprego obrigatório de combustível renovável definido no decreto federal, que passaria, assim, para 35 bilhões de galões ao ano (132,47 bilhões de litros) até 2017.

As ações das produtoras de etanol Archer Daniels Midland Co., Pacific Ethanol Inc. e Xethanol Corp. perderam entre 25% e 63% de seu valor desde 14 de julho do ano passado, quando o petróleo alcançou seu pico de US$ 78,40 o barril. Os papéis da Pacific Ethanol caíram mais 3% desde que Bush proferiu seu discurso, na semana passada. A Exxon Mobil Corp., a maior empresa mundial de combustíveis com ações negociadas em bolsa, considera o etanol irrelevante como solução para um vício (o vício norte-americano da gasolina, tal como definido pelo próprio presidente Bush) que obriga os Estados Unidos a importar dois terços do petróleo que consome.

Não existe “proposta viável, comercialmente significativa” para a Exxon na área do etanol, disse o vice- presidente-sênior da empresa, Stuart McGill, aos investidores em conferência realizada no último dia 17 de janeiro e articulada pelo Goldman Sachs Group Inc.

O petróleo bruto despencou 31% a partir de seu recorde de julho, reduzindo os preços da gasolina. O petróleo precisa estar acima de US$ 70 para o etanol ser lucrativo, segundo pesquisa desenvolvida pela Sanford C. Bernstein & Co.